sábado, 5 de janeiro de 2008

Análise semiótica da narrativa bíblica

RAMOS, Karin Adriane Henschel Pobbe. Análise semiótica da narrativa bíblica “A prova de Abraão”. Assis, São Paulo, UNESP/ Faculdade de Ciências e Letras de Assis. Tese de doutorado em Letras. Inclui bibliografia. 2004. 207 páginas.


Link:
http://www.assis.unesp.br/
http://www.biblioteca.unesp.br/bibliotecadigital/document/get.php/2781/ramos_kahp_dr_assis.pdf

Resumo: Neste trabalho fazemos uma análise semiótica de uma narrativa bíblica, registrada no livro de Gênesis, capítulo 22. Trata se da história da prova de Abraão, em que Deus lhe pede que siga até um monte na terra de Moriá e ali ofereça seu filho Isaque em holocausto. É uma narrativa bastante polêmica, pois parece colocar em contradição a natureza do próprio Deus. Para a análise, seguimos a teoria proposta por Greimas em sua ciência da significação, que procura traçar o percurso gerativo do sentido a fim de decifrar o código do texto e entender seu significado profundo. Baseamos nosso estudo também nas análises semióticas de narrativas bíblicas do GROUPE D'ENTREVERNES. A análise se divide em duas partes principais: a descrição das estruturas de superfície, com suas componentes narrativa e discursiva; e a descrição das estruturas profundas, cujo ápice é a articulação dos quadrados semióticos. No estudo da componente narrativa da estrutura de superfície, construímos o modelo narrativo, por meio da elaboração dos programas narrativos. Temos, então, que Abraão é um sujeito que busca demonstrar a sua obediência a Deus, o destinador manipulador, oferecendo seu filho Isaque em holocausto. A partir daí, desenvolvemos o esquema narrativo, apoiado nas operações de manipulação, competência, performance e sanção; o estudo dos actantes; e a sintaxe modal. A componente discursiva da estrutura de superfície está fundamentada no estudo dos atores, do tempo e do espaço; nos percursos figurativos, que no texto em questão são: o deslocamento, o holocausto e a família; e na análise da veridicção. Os programas narrativos e percursos figurativos permitem reconhecer as isotopias da narrativa que levam à articulação do quadrado semiótico da estrutura profunda. No caso da narrativa da prova de Abraão, destacamos como principal a isotopia religiosa, baseada na oposição divino versus humano e homologada pelos semas ilimitado versus limitado.

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