Reuters/Brasil Online
Por Pedro Fonseca
Obs: o grifo em azul é meu.
RIO DE JANEIRO (Reuters) - No meio da festa de cores do Carnaval, um carro alegórico preto e marrom com esculturas de dezenas de cadáveres já cria polêmica antes de entrar na avenida. A alegoria da Viradouro representando o Holocausto promete ser a grande sensação da Sapucaí, mas a sociedade judaica quer vetar seu desfile.
"Vamos enviar uma carta à escola hoje e pedir que de fato não saiam com o carro, que eles façam uma reflexão sobre o assunto", disse à Reuters o presidente da Fierj, Sérgio Niskier, nesta segunda-feira, um dia depois da data mundial em que se lembra a execução em massa de judeus.
A alegoria está dependendo apenas dos retoques finais. Os corpos esqueléticos aparecem amontoados, referindo-se à morte de milhões de pessoas vítimas da política de extermínio de Adolf Hitler durante a 2a Guerra Mundial.
A despeito da carta, que a escola afirmou não ter recebido até o início da tarde desta segunda, Barros garante que o tema foi abordado em uma reunião há três meses com Niskier, e que à época não houve qualquer tipo de reclamação. Niskier confirma o encontro, mas diz que fez um pedido de reflexão "sobre a conveniência de ter o carro no enredo".
"O carro é extremamente respeitoso, é um alerta, é um arrepio que a gente não quer que aconteça mais", afirmou Barros à Reuters em entrevista no barracão da escola.
O carnavalesco, que no ano passado levou a Viradouro ao quinto lugar do Carnaval carioca, disse que terá que avaliar com o presidente da escola, Marco Antônio Lira, o eventual pedido da federação.
Barros disse ainda que o carro alegórico do Holocausto passará pela avenida sem nenhum componente.
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