GUILA FLINT
de Tel Aviv para a BBC Brasil
O Parlamento de Israel aprovou pela primeira vez, na noite desta segunda-feira, uma lei que proíbe organizações, atividades e propaganda nazistas no país.
De acordo com a nova lei, pessoas envolvidas em "grupos que, de maneira organizada, pregam, incentivam ou incitam o racismo, inclusive os princípios nazistas", serão condenadas a um ano de prisão.
A lei é conseqüência da prisão, em setembro de 2007, de um grupo de jovens israelenses neonazistas. Os oito adolescentes foram acusados de agredir judeus ultra-ortodoxos, homossexuais e trabalhadores estrangeiros.
Na época, a investigação da polícia --iniciada depois que sinagogas foram pichadas com suásticas e dizeres como "morte aos judeus"-- revelou que os jovens eram adeptos da ideologia nazista, o que chocou vários israelenses.
"Em Israel, nunca houve uma lei contra o nazismo, porque ninguém nunca pensou, nem no mais terrível dos sonhos, que aqui pudesse existir esse tipo de fenômeno", disse o deputado Moshe Gafni, um dos autores da proposta de lei.
Segundo Gafni, do partido ultra-ortodoxo Yahadut Hatora, sua intenção original era criar uma lei específica contra organizações nazistas, porém na discussão da Comissão Legislativa do Parlamento, a lei foi ampliada e passou a incluir todos os tipos de racismo.
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Folha de São Paulo on-line, em 26/02/2008.
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