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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Viradouro decide alterar carro do Holocausto. Nova alegoria será chamada de Liberdade de expressão.

RIO - A direção da Viradouro definiu que vai mexer no carro sobre o Holocausto ( confira a justificativa, pelo carnavalesco Paulo Barros ). Após liminar da juíza Juliana Kalichszteim, na manhã desta quinta-feira, que proíbe a presença dele no desfile da escola, o carnavalesco Paulo Barros e a diretoria da vermelho-e-branco de Niterói decidiram mexer na alegoria e operários no barracão já trabalham no novo carro. Veja fotos da Viradouro desmontando o carro . A nova alegoria receberá o nome de "Liberdade de expressão". Sobre a presença de um componente fantasiado de Hitler, o presidente da Viradouro, Marco Lira, revelou que será uma surpresa da agremiação. Justiça proíbe personagem fantasiado de Hitler e carro sobre o Holocausto

De acordo com o site Ancelmo.com, do colunista Ancelmo Gois, que adiantou a informação, a decisão da Justiça proíbe a escola de fazer ainda quaisquer referências a Hitler e ao nazismo. O pedido de proibição foi feito pelo presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro, Sérgio Niskier. A Viradouro terá que pagar uma multa de R$ 200 mil, se não cumprir a ordem judicial. Caso a escola leve algum integrante fantasiado de Hitler, ela terá que pagar R$ 50 mil.

Há dois dias, Nisker teria pedido ao carnavalesco Paulo Barros que reavaliasse a decisão de colocar na avenida um carro sobre o Holocausto, quando 6 milhões de judeus foram mortos durante a Segunda Guerra. Ele havia descartado a possibilidade de entrar na Justiça para impedir a alegoria, mas mudou de idéia ao saber que um destaque vai estar fantasiado de Adolf Hitler. Nisker disse que acredita nas boas intenções do carnavalesco Paulo Barros, mas acha que a mensagem poderia ser interpretada de maneira errada pelo público.

Na quarta-feira, o Centro Simon Wiesenthal, um dos mais importantes grupos internacionais judaicos de direitos humanos, reforçou o pedido feito pela Federação Israelita do Rio para que a escola repensasse o carro.

A preocupação de entidades judaicas com referências ao Holocausto no carnaval levou outra escola de samba do Rio de Janeiro a cortar de seu desfile uma ala. A Estácio de Sá, que desfila no Grupo de Acesso, decidiu cortar na quarta-feira a ala chamada Hitler e fantasias com a cruz suástica após o vazamento na internet de uma foto das fantasias militares com a suástica . A escola recebeu da Federação Israelita do Rio de Janeiro um pedido para que o símbolo fosse retirado do desfile.

Esta não é a primeira vez que um carro alegórico provoca polêmica. Em 1989, o carnavalesco Joãosinho Trinta foi obrigado pela Justiça a cobrir, com uma capa preta, uma imagem do Cristo Redentor que apareceria vestido de mendigo. A decisão atendia a um pedido do Cardeal Arcebispo Dom Eugênio Sales.

Em 2000, a Grande Rio trocou uma imagem de Nossa Senhora por uma pomba, para evitar censura, após a Unidos da Tijuca ter tido uma imagem da santa apreendida pela polícia após queixa da Igreja.

Extraído de:
O Globo on-line, 01/02/2008.



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