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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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segunda-feira, 12 de maio de 2008

Aos 60 anos, o Exército de Israel quer ser menor e mais tecnológico

Foco das ações muda da guerra convencional para o combate a guerrilhas

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A TEL AVIV

Um Exército menor e mais tecnológico. Para analistas militares, esse é o caminho que Israel, ao completar 60 anos, tende a trilhar daqui para frente, deslocando cada vez mais o foco da guerra convencional entre Estados para o combate com guerrilhas, principalmente a palestina Hamas e a libanesa Hizbollah.

Israel continua entre os dez países com maiores gastos militares do mundo, mas a fatia de seu PIB (Produto Interno Bruto) usada na defesa é quase quatro vezes menor que há 35 anos -e está em declínio. O bom desempenho da economia, que nos últimos quatro anos cresceu acima de 5% ao ano, permitiu ao governo manter o alto investimento nas Forças Armadas, e ao mesmo tempo reduzir seu peso no orçamento.

Mal recuperado dos arranhões em sua reputação causados pelos poucos resultados obtidos na guerra contra o Hizbollah, em 2006, o Exército mais poderoso do Oriente Médio repensa sua estratégia, enquanto tenta conter o número crescente de pedidos de dispensa do serviço militar.

Nos últimos 20 anos os casos de jovens israelenses que conseguem escapar do serviço militar obrigatório de três anos (dois para mulheres) cresceu de 20% para 27%. A maioria é de judeus ortodoxos, que têm o direito de trocar o Exército pela "yeshiva" (escola religiosa).

Deserções
O segundo principal motivo é o médico, mas muitos usam "problemas psicológicos" para encobrir razões ideológicas. Fontes do Exército estimam que metade deles seria na verdade de desertores.

As deserções e dispensas concentram o ônus sobre parte da população. A estatísticas da Guerra do Líbano mostram que o número de religiosos sionistas e membros de kibutzim (cooperativas), históricos alicerces do sionismo, foi desproporcionalmente alto entre as baixas israelenses.

Para o veterano analista militar Uzi Eilam, o crescente número de dispensas não chega a preocupar, mesmo que o nível de engajamento seja bem menor do que era quando ele se alistou, nos anos 50. "Os tempos são outros, as ameaças ao Estado são menores, mas a maioria dos jovens continua bastante motivada", diz ele.

Ao assinar o acordo de paz com o Egito, em 1979, Israel pôde reduzir significativamente seus gastos militares. Por outro lado, eles ficaram mais caros. "Israel utiliza as tecnologias mais avançadas do mundo em seu Exército e elas custam muito dinheiro", diz Shmuel Even, especialista em economia militar do Instituto de Estudos de Segurança da Universidade de Tel Aviv.

O fato de a ameaça imediata a Israel hoje vir de grupos armados e não de Exércitos regulares, como no passado, altera a estratégia do país e também encarece suas operações militares. "As ações têm alvos cada vez mais específicos, o que exige planejamento e tecnologias especiais para serem bem-sucedidas sem atingir populações civis", diz Even.

Extraído de:
FSP, em 12/05/2008.

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