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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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quinta-feira, 17 de julho de 2008

A construção estetica e teorica de personagens no iluminismo alemão: Lessing, Moses Mendelssohn, Mozart e Kant

A construção estetica e teorica de personagens no iluminismo alemão: Lessing, Moses Mendelssohn, Mozart e Kant
Tristan Torriani Guillermo
Tese de Doutorado em Filosofia (UNICAMP)
Orientador:
Prof. Dr. Oswaldo Giacoia Junior
Data da defesa: 08/11/2004.
Resumo: A proposta deste trabalho é mostrar como personagens ideais foram construídos na filosofia e literatura alemãs da segunda metade do século XVIII. No primeiro capítulo, procuro mostrar o desenvolvimento do Iluminismo na sua relação com o teatro nacional alemão. Lessing é, sem sombra de dúvida, o autor decisivo neste sentido, pois reunia em si não só o artista criativo, mas também o teórico. Para explorar essa potente combinação, é necessário que se estude sua produção artística associada à sua teorização estética, política e educacional. Um aspecto particularmente interessante a ser notado é a complexa coexistência de aspectos nacionalistas e cosmopolitas nos personagens e ideais por ele propostos. Os textos discutidos, embora não esgotem sua obra, são indispensáveis para uma compreensão do Iluminismo lessinguiano: a peça juvenil Os judeus, o diálogo Ernesto e Falco, as teses sobre A educação da humanidade, e sua obra-prima Natan, o sábio, que se inspira na figura de Moses Mendelssohn. No segundo capítulo, passo a examinar, entre outros escritos, o ensaio Jerusalém de Moses Mendelssohn, no qual ele ataca a autoridade eclesiástica e estatal, além de advogar a missão monoteísta do Judaísmo e defender a obtenção de direitos para os judeus. Tendo previamente examinado a peça por ele inspirada, não deixa de ser instigante ver o próprio Mendelssohn ou ?Natan? falar em suas próprias palavras, dando-nos, assim, um certo senso de realidade. No terceiro capítulo, procuro mostrar o interesse filosófico de A flauta mágica de Wolfgang Amadeus Mozart, com um enfoque sobre os personagens como Papageno, Tamino, Pamina, Papagena e Sarastro. Por algum motivo, este Singspiel parece levantar questões candentes da modernidade como machismo, racismo, e homossexualidade, apesar de sua aparente falta de coerência narrativa. Admitindo o caráter esotérico da narrativa, acompanho, no decorrer da peça, a expressão literal desses conflitos permeando a interação dos personagens. No quarto capítulo, procuro delinear a figura kantiana do ser humano (Mensch) iluminado partindo das diferenças antropológicas concretas, mas posteriormente explicitando os conceitos envolvidos na teorização sobre seu suposto esclarecimento. Ao contrário dos autores anteriores, nos quais se pode falar de uma construção estética de personagens, em Kant essa construção dos tipos antropológicos passa a ser teórica, mesmo se baseada em fatos provindos da literatura de viagem. A prova disso está na sua tentativa, explícita, de construir um conceito de raça humana a partir do critério da cor da pele.

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