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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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sábado, 19 de julho de 2008

Jogo de cartas figurando Hitler gera polêmica na Alemanha

Jogo de cartas ilustrado com ditadores: algumas pessoas não acharam a menor graça

Deutsche Welle, em 18/07/2008 - Editora berlinense lança jogo de cartas figurando 32 ditadores, entre eles Adolf Hitler. A intenção dos criadores era ironizar os personagens, porém nem todo mundo achou a piada engraçada.

O jogo, chamado "Das Fuehrer Quartett" é baseado em um popular jogo de cartas infantil chamado "Quartett" (conhecido no Brasil como Mico-preto), porém com certa diferença. No original, flores, carros e até mesmo marcas de cerveja são utilizados para ilustrar as cartas, que os jogadores devem tentar obter de seus adversários. Na nova versão, elas apresentam fotos e informações a respeito de notáveis figuras históricas como Joseph Stalin, Francisco Franco e Adolf Hitler.

"Nós não tínhamos nenhuma idéia claramente política em mente", disse Volker Oppmann, da editora berlinense Onkel & Onkel. "Mas nós realmente queríamos tirar um pouco do poder que essas figuras ainda têm. Quando se pode rir deles, você não os teme mais."

Cada carta apresenta um ditador, país em que governou, formação escolar/profissional, quanto tempo esteve no poder e outros fatos. As cartas também contêm informações curiosas e menos conhecidas do público, disse Oppmann.

Na carta de Joseph Stalin, por exemplo, é explicado que ele sempre era pego na escola lendo materiais proibidos. Ou, no caso do romeno Nicolae Ceausescu, revela-se a admiração que nutria pelo príncipe Vlad, o impalador, suposta inspiração do escritor irlandês Bram Stoker para criar Drácula.

Um toque de leveza
Em tom irônico, os autores brincam com as palavras em algumas descrições das categorias ou ainda dão um toque mais leve a algumas informações sobre determinadas figuras. No caso de Augusto Pinochet é dito que ele acabou com um sistema democrático com a ajuda dos Estados Unidos, construindo depois um novo só para destruí-lo novamente. "O que foi meio burro", continua o texto da carta.

"Acho que fomos bem-sucedidos em conseguir o mix certo entre seriedade e diversão", diz Oppmann. O público parece gostar desse apelo irônico que o jogo oferece e a brincadeira vem sendo vendida rapidamente. Da primeira tiragem, de 2.000 exemplares, mais da metade já está esgotada, segundo Oppmann, e uma segunda edição já é planejada.

Mas nem todo mundo acha que brincar com crimes de guerra é algo engraçado.

Brincadeira inadequada e de mau gosto?
O senador berlinense Ehrhart Körting declarou que o jogo é de mau gosto, e o historiador Arnulf Baring diz que ele minimiza a gravidade dos crimes cometidos pelas figuras históricas. "Quanto mais antigo o Terceiro Reich se torna, mais bizarra é a forma como se lida com ele", disse o historiador ao jornal alemão Bild.

Oppmann rejeita críticas e aponta que, quando o jogo foi lançado na Feira de Livro de Leipzig, em julho deste ano, funcionários da Central Alemã de Formação Política, organização educacional político-democrática, acharam as cartas hilárias e encomendaram cinco sets do jogo. "Se estas pessoas podem rir do jogo, eu não me preocupo", disse Oppmann.

Na realidade, o objetivo desta versão, ao contrário da tradicional, não é juntar a quantia máxima de cartas de ditadores que o jogador conseguir. O vencedor do jogo é aquele que conseguir se livrar dos déspotas.

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