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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Judeus e historiadores pedem «justiça e verdade» sobre Pio XII

Um congresso pretende documentar o trabalho salvador do Papa Pacelli pelos judeus


Por Antonio Gaspari


ROMA, segunda-feira, 15 de setembro de 2008 (ZENIT.org).- Nesta segunda-feira se inaugurou em Roma um Simpósio Internacional sobre o Pontificado de Pio XII, promovido pela organização Pave the Way Foundation (PTWF), de Nova York.


Trata-se de um simpósio de alto nível, no qual participam historiadores, rabinos, sobreviventes do Holocausto e testemunhas da obra de assistência aos hebreus posta em andamento pela Igreja Católica durante a ocupação alemã.


Elliot Hershberg, chairman do PTWF, explicou que «a esperança da Fundação é estabelecer uma colaboração contínua com os historiadores do mundo inteiro, com o objetivo de apresentar uma documentação inédita sobre a atividade de assistência aos judeus, de Pio XII».


O presidente do PTWF, Gary Krupp, precisou que «muitos historiadores estão esperando que os arquivos vaticanos daquele período estejam completamente abertos, mas a história daquele período pode ser verificada pelo relato daqueles que a viveram».


Krupp contou que ele e sua mulher Meredith estavam totalmente convencidos de que Pio XII e a Igreja Católica eram anti-semitas e colaboradores dos nazistas. Mas o encontro com algumas das testemunhas daqueles anos lhes abriu os olhos.


Uma dos testemunhos que mais impressionou Krupp foi o de Dom Giovanni Ferrofino (96 anos), secretário do então núncio no Haiti, Dom Maurílio Silvani, de 1939 a 1946.


Em um vídeo que se projetará na quarta-feira, 17 de setembro, e que faz parte do arquivo da Fundação PTWF, Dom Ferrofino fala sobre os telegramas que recebia do Pontífice Pio XII duas vezes por ano, para conseguir os vistos necessários aos hebreus que escapavam da Europa ocupada pelos nazistas.


Cada vez que recebia o telegrama, Dom Ferrofino ia ao presidente da República Dominicana, general Trujillo, para pedir, em nome do Papa, 800 vistos. Este procedimento se dava duas vezes por ano, desde 1939 até 1945. Isso significa que, graças a Pio XII, ao menos 11 mil hebreus foram embarcados em Portugal e estiveram a salvo na República Dominicana.


Por este motivo, em uma entrevista concedida à Rádio Vaticano em 20 de junho passado, após o encontro com o Papa Bento XVI para apresentar-lhe o simpósio, Krupp afirmou que «Pio XII salvou mais hebreus no mundo que qualquer outro na história».


O congresso tem como título Examining the Papacy of Pope Pius XII, e nele intervirão, entre outros, o historiador Dan Kurzman, que documentará o plano secreto de Hitler para raptar e assassinar Pio XII.

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