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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Boicotes esvaziam conferência sobre racismo

O Globo, Mundo, pág. 18, em 20/04/2009.

Boicotes esvaziam conferência sobre racismo
Obama critica esboço da declaração por antissemitismo e abandona evento da ONU junto com mais sete países

GENEBRA.
As Nações Unidas abrem hoje sua primeira conferência sobre racismo depois de oito anos com pelo menos sete países, incluindo os Estados Unidos, boicotando o evento por temores de que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e outros líderes islâmicos transformem o encontro numa plataforma contra Israel e a liberdade de expressão.

Alemanha, Austrália, Holanda, Itália, Israel, Nova Zelândia e Canadá anunciaram que também não participarão do encontro, esvaziando a conferência que tem por objetivo rever o progresso alcançado no combate ao racismo desde a realização de um fórum na África do Sul, em 2001.

Além disso, a reunião tinha por intenção curar as feridas abertas durante o encontro de 2001, abandonado por Estados Unidos e Israel depois que países árabes tentaram definir o sionismo como uma forma de racismo. Mas o resultado acabou sendo o contrário por causa do esboço da declaração conjunta. Para os EUA, o texto repete a postura discriminatória em relação a Israel adotada na África do Sul, apesar de omitir referências sobre o país e sobre o Oriente Médio.

Os Estados Unidos não participaram da preparação do controverso texto. Representantes europeus fizeram parte das discussões, mas mostraram objeções durante todo o processo.

Os EUA anunciaram a saída no sábado, citando linguagem “repreensível” no rascunho de declaração preparado por meses antes do evento de Genebra, que terá Ahmadinejad discursando no dia de abertura.

Austrália, Holanda, Itália e Alemanha fizeram o mesmo no domingo. Israel e Canadá já haviam anunciado anteriormente o boicote.

"Adoraria estar envolvido numa conferência útil" De Trinidad e Tobago, onde par ticipava da Cúpula das Américas, o presidente americano, Barack Obama, disse que os Estados Unidos queriam que o texto fosse “passado a limpo” antes de o país participar de discussões sobre raça e discriminação na ONU.

— Adoraria estar envolvido numa conferência útil que tratasse das constantes questões ligadas ao racismo e à discriminação ao redor do mundo — disse Obama, fazendo em seguida uma referência sobre Israel. — Expressamos nossas preocupações sobre o uso da linguagem adotada em 2001. Isso é algo de que não podemos ser signatários.

Seu governo disse que não endossaria nenhuma declaração que discriminasse Israel ou que incluísse passagens pedindo a proibição de linguagem considerada como “instigadora” do ódio religioso.

Muitos países muçulmanos defendem uma restrição à liberdade de expressão para evitar o que consideram ser insultos ao Islã, como as charges sobre o profeta Maomé publicadas por um jornal dinamarquês em 2005, gerando uma onda de protestos no mundo árabe.

Bento XVI defende realização de encontro A Austrália disse que compartilhava dos temores dos EUA sobre a declaração.

— Lamentavelmente, não podemos ter confiança de que a conferência não vá ser usada mais uma vez como plataforma de posições ofensivas, incluindo visões antissemitas — disse o primeiro-ministro Australiano, Stephen Smith.
O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, FrankWalter Steinmeier, disse que “a decisão não foi fácil”: — Mas governo acha que, apesar de esforços intensos, especialmente por parte da União Europeia, a conferência vai ser usada de forma inapropriada por outros interesses, exatamente como foi a anterior.

Já o Papa Bento XVI defendeu a realização do encontro, dizendo ser uma oportunidade para lutar contra discriminação e intolerância.

— Pedimos ações firmes e consistentes, em níveis nacionais e internacionais, para prevenir e eliminar qualquer forma de discriminação e intolerância.

Grupos de direitos humanos disseram que, sem a presença de líderes ocidentais, a declaração possivelmente não será ratificada e poderá ser reaberta para negociação durante a conferência.

FSP (20/04/2009)
Ativistas lamentam boicote a encontro contra o racismo

Ausências de EUA, Alemanha, Holanda, Polônia, Austrália, Itália, Israel e Canadá esvaziam conferência em Genebra

Ausentes alegam risco de antissemitismo; ministro brasileiro crítica "presidente negro que boicota uma reunião contra o racismo"

MARCELO NINIO
DE GENEBRA

A decisão da Casa Branca de boicotar a Conferência Contra a Discriminação Racial das Nações Unidas, que começa hoje em Genebra, causou enorme decepção entre grupos de direitos humanos, que esperavam o engajamento do primeiro governo dos EUA chefiado por um afro-americano.

Agora, a preocupação na ONU é que debate seja dominado por disputas entre o mundo islâmico e o Ocidente, como ocorreu no encontro de 2001, em Durban (África do Sul). Em uma dose adicional de polêmica, o encontro será aberto pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que prega o fim de Israel e já disse que o Holocausto é "um mito".

Israel, Canadá, Itália, Holanda e Austrália já haviam anunciado que ficarão fora. Ontem, Alemanha e Polônia ignoraram os apelos da ONU e também aderiram ao boicote. Vários países, entre eles o Brasil, estavam ontem envolvidos em intensas gestões para garantir a presença da França.

Entre os países da União Europeia, só o Reino Unido confirmou presença. Até a noite de ontem, não havia definição se a UE participaria como bloco. Caso o bloco siga o caminho dos EUA, estimam ativistas, além de esvaziar a cúpula, criarão risco real de que o consenso obtido em torno do documento da conferência vá por água abaixo.

Chefe da delegação brasileira na conferência, o ministro Edson Santos, da Igualdade Racial, lamentou a decisão dos EUA, mas disse que é preciso evitar que ela prejudique a reunião. "O problema de ter um presidente negro que boicota uma conferência contra o racismo é mais dos americanos do que da conferência", disse Santos. "É uma contradição."

Os EUA e os demais países que aderiram ao boicote alegam que o encontro caminha para se tornar uma plataforma de ataques antissemitas e contra o Ocidente, como ocorreu em 2001. Há oito anos, israelenses e americanos abandonaram as discussões em meio a pesadas críticas ao sionismo.

A aprovação, na última sexta, de um esboço do documento que será a base da conferência, reavivou esperanças na ONU de que os EUA e os demais países relutantes decidissem participar. Foram eliminadas referências diretas ao conflito entre israelenses e palestinos e o polêmico conceito de "difamação de religiões", reivindicado pelos países islâmicos.

Ao justificar a ausência nos debates que começam hoje, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Robert Wood, disse que o documento reafirma declaração de 2001, que os EUA não apoiaram.

FSP online (20/04/2009)
Mundo
Ministro israelense acusa presidente do Irã de racismo
Ban Ki-moon abre conferência sobre racismo criticando "quem nega o holocausto" e a islamofobia

Estadão (20/04/2009)
Ahmadinejad critica 'governo racista' de Israel na ONU
Israel convoca embaixador em Genebra
Gustavo Chacra: Principal historiador árabe dos EUA vê futuro sombrio para os palestinos

Mídia Global (20/04/2009)
Turquia: os fantasmas de uma "guerra suja"

Deutsche Welle (20/04/2009)
Antidiscriminação não é questão de Estado para alemães e europeus

G1 (20/04/2009)
Ahmadinejad denuncia 'racismo' de Israel em meio a vaias
Europeus deixam evento da ONU após presidente do Irã taxar Israel de 'racista'
Israel chama a consultas embaixador na Suíça por Ahmadinejad
Israel convoca embaixador na Suíça para consultas
Netanyahu nega ter estabelecido condições para negociar
Zawahri diz que Obama tenta enganar muçulmanos

O Globo online (20/04/2009)
ONU: Israel reage contra reunião sobre racismo

Revista Época (20/04/2009)
Países boicotam conferência sobre racismo

Em Cima da Hora (20/04/2009)
Conferência começa com boicote de nove países em Genebra: O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, lamentou o boicote de países como EUA, Israel e Alemanha. Para países ocidentais, o evento corre o risco de estimular o antisemitismo.

Em Cima da Hora (19/04/2009)
Papa fala sobre importância da conferência da ONU na Suíça: A conferência será boicotada por seis países, entre eles EUA e Israel que não concordam com o texto final. A polêmica sobre o assunto começou em 2001, na África do Sul.

Zenit (19/04/2009):
Bento XVI pede fim do racismo e da intolerância: CIDADE DO VATICANO, domingo, 19 de abril de 2009 (ZENIT.org). - O Papa afirmou hoje, durante a oração do Regina Caeli com os peregrinos reunidos em Castel Gandolfo, que «só o reconhecimento da dignidade do homem, criado à imagem e semelhança de Deus, pode constituir uma referência segura» na luta contra o racismo. O Papa fez estas declarações em referência à celebração, a partir de amanhã em Genebra (Suíça), da Conferência de exame da Declaração de Durban de 2001 contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância.

Martin Kramer (19/04/2009)
Policy and the academy

Leia mais:
AJN
CIDIPAL (El Centro de Información y Documentación de Israel para América Latina)
El Reloj
Iton Gadol
Aurora Digital
Haaretz (inglês)
Israel News Now
Israel21
Israelinsider
Jerusalem Post
Yediot Achronot (inglês)


Veja mais:
19/04/2009

Ely Karmon: Irã e Hezbollah penetram na América Latina

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