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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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terça-feira, 12 de maio de 2009

Em Jerusalém, Bento 16 condena negação do Holocausto

O Globo, Mundo, pág.26, em 12/05/2009.



Papa enfrenta constrangimentos em Israel

Bento XVI é criticado por diretor do Museu do Holocausto, por xeque muçulmano e é boicotado por ministros


Renata Malkes - Especial para O GLOBO


JERUSALÉM. O Papa Bento XVI teve um dia repleto de constrangimentos ontem em Jerusalém, em sua primeira visita como Pontífice à cidade mais sagrada para os cristãos. Sob um esquema de segurança composto por 80 mil pessoas, o Papa enfrentou protestos tanto de muçulmanos quanto de judeus.


O primeiro momento constrangedor ocorreu ainda no aeroporto, ao chegar a Israel.


O Papa foi recebido pelo presidente, Shimon Peres, mas quatro ministros israelenses ultraortodoxos do partido Shas, além dos rabinos-chefes de Israel, Yona Metzer e Shlomo Amar, boicotaram a cerimônia.


Segundo o porta-voz do partido, foi uma forma de protesto contra o passado de Bento XVI que, quando jovem, chegou a integrar a Juventude Hitlerista na Alemanha.


O próprio Pontífice também teve sua parcela de momentos delicados. Em seu discurso ao chegar, pediu a criação de um Estado palestino.


— Defendo todos os esforços para uma solução justa e duradoura que permita que os dois povos vivam em paz em suas terras natais, com segurança e fronteiras reconhecidas internacionalmente — disse ele.


Apesar de ter evitado a palavra “Estado”, analistas acreditam que o Papa deixou clara a posição da Igreja sobre a necessidade de se criar um Estado palestino ao lado de Israel.


Receoso devido à má repercussão do escândalo do perdão ao reacionário bispo inglês Richard Williamson, que nega o Holocausto, Bento XVI condenou o antissemitismo, que considerou “inaceitável”. Ele defendeu ainda esforços para combatêlo e afirmou que visita a Israel é uma maneira de homenagear a memória das seis milhões de vítimas do regime nazista. Ele fez ainda um apelo pela paz entre israelenses e palestinos.


À tarde, Bento XVI visitou o Museu do Holocausto. Apesar do discurso conciliatório, o presidente do conselho diretor da instituição, o rabino Meir Lau, criticou o Papa por não ter sido “mais explícito” em suas palavras. Lau, que é conhecido como uma figura tolerante e aberta ao diálogo, chocou os israelenses ao demonstrar sua insatisfação: — Ele usou o termo judeus mortos no Holocausto quando, na verdade, não foram mortos, mas assassinados. Não houve desculpas explícitas ou tampouco expressão de pesar ou empatia com o sofrimento. Ficou faltando alguma coisa.


Papa deixa cerimônia antes do fim, depois de protesto O clima tenso continuou em outra cerimônia. Durante um encontro para promover o diálogo entre muçulmanos, cristãos e judeus, o Papa teve seu discurso interrompido pelo xeque Taissir al-Tamimi, chefe das cortes islâmicas da Autoridade Nacional Palestina. Sob os olhos espantados de representantes do Vaticano, do patriarca latino de Jerusalém, Fuad Twal, e de membros do rabinato de Israel, o xeque interrompeu as palavras do Pontífice pedindo que Bento XVI atuasse por uma paz justa no Oriente Médio.


— Peço que veja uma paz justa. Uma paz justa significa um Estado palestino em que Israel não mate mulheres e crianças, e onde não se destruam mesquitas como em Gaza. Israel destrói cidades palestinas e constrói assentamentos. Espero que líderes de outras religiões se unam para defender os palestinos e suas terras — bradou Tamimi, em árabe.


Ele foi aplaudido por alguns membros da delegação islâmica, mas, diante do constrangimento, os convidados da plateia tentaram calá-lo, sem sucesso.


Bento XVI limitou-se a observar a demonstração de fúria em silêncio e se retirou antes mesmo do fim da cerimônia oficial e da troca de presentes entre os participantes.


— Esperamos que o incidente não manche a missão do Papa de promover a paz e o diálogo interreligioso, como já afirmara em diversas ocasiões. Esperamos ainda que o diálogo não seja prejudicado por este incidente — disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.


Em outra demonstração de repúdio ao Pontífice, dois ativistas da extrema-direita israelense, Baruch Marzel e Itamar Ben Gvir, entraram com uma ação na Suprema Corte de Justiça pedindo a expulsão de Bento XVI do país. Eles exigem que o Santo Padre devolva um candelabro, manuscritos e outras peças judaicas roubadas pelo imperador Tito quando os romanos destruíram o Segundo Templo de Jerusalém, em 70 d.C., e que, segundo eles, estão escondidos no Vaticano.



O Globo online (12/05/2009)


Estadão (12/05/2009)


Bom Dia Brasil (12/05/2009)

  • Vídeo: Papa visita locais sagrados em Jerusalém: O pontífice foi à locais importantes para as três principais religiões da região. Bento XVI foi ao Muro das Lamentações e à Esplanada das Mesquitas.


Em Cima da Hora (12/05/2009)


G1 (12/05/2009)


FSP (12/05/2009)


FSP online (12/05/2009)


Correio Braziliense (12/05/2009)


Zero Hora (12/05/2009)


Diário de Notícias (Portugal, em 12/05/2009)


El País (Espanha, em 12/05/2009)


Aurora (Israel, em 11 e 12/05/2009)


Deutsche Welle (12/05/2009)


La Vanguardia (Espanha, em 11/05/2009)


BBC Brasil (11/05/2009)


Terra Magazine (maio de 2009)


Último Segundo (Especial Papa no OM)


MFA


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