A partir das 22h deste domingo (27/01/2008), veja toda a cerimônia em nossa área do YouTube em youtube.com/fierj. Já está lá, em destaque, o vídeo que foi apresentado na solenidade desta sexta-feira.
Discurso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na cerimônia alusiva ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
Palácio do Itamaraty - Rio de Janeiro (RJ), 25 de janeiro de 2008
Meus amigos, minhas amigas,
Eu acho que se nós tivéssemos encerrado este ato na fala do brigadeiro Ruy Moreira Lima, já estaria de bom tamanho o ato, porque é a testemunha viva do que aconteceu lá. Eu ainda não tinha nascido. Portanto, Deus o preserve por mais algumas décadas para contar essas histórias em outros dias 25 de janeiro.
Minhas amigas, meus amigos, jornalistas aqui presentes. Agradeço o honroso convite da comunidade judaica do Rio de Janeiro para participar deste ato. Meu reconhecimento à Conib por estabelecer este encontro como uma referência para a comunidade judaica brasileira. Dessa forma, agradeço as lideranças e os rabinos que se deslocaram de seus estados para prestigiar o evento. Finalmente, minha homenagem à ONU por instituir, com total apoio do Brasil, o dia 27 de janeiro, como a data para relembrar em todo mundo, a tragédia e as vítimas do Holocausto.
Participo desta cerimônia pelo terceiro ano consecutivo. Faço-o por ter a dimensão do que significa rememorar o terror e as iniqüidades cometidas pelo aparato do estado nazista contra o povo judeu. Aparato voltado também contra socialistas, social-democratas, comunistas, homossexuais, negros, testemunhas de Jeová, ciganos e portadores de doenças físicas. Lembranças tristes e trágicas como a do Holocausto, não devem e não podem ser apagadas, como não podem ser esquecidas todas as formas de intolerância, especialmente aquelas alçadas à condição de política de Estado.
Temos a responsabilidade e o dever de transmitir para todas as gerações que o anti-semitismo, o racismo, o preconceito e a intolerância atentam contra a dignidade humana e todos os valores mais profundos e sagrados da nossa civilização.
Minhas amigas e meus amigos,
O meu governo se empenha em fazer avançar a garantia dos direitos humanos. Para isso, tem se comprometido com ações práticas, no plano interno e no externo. Aproveitando que em 2008 o mundo comemora os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Brasil levou às Nações Unidas a proposta, aprovada no final do ano passado, de construir consensos em torno de metas mundiais referentes ao tema dos direitos humanos, repetindo o êxito da iniciativa em torno das Metas do Milênio. Por minha determinação, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, comandada pelo meu companheiro, ministro Paulo Vannuchi, aqui presente, realizará em 2008 um grande mutirão de debates por todo o País, visando atualizar nosso Programa Nacional dos Direitos Humanos. Um dos propósitos do governo no campo dos direitos humanos é, precisamente, atrair para esse grande mutirão nacional a reflexão de toda a sociedade, contando com o envolvimento de três importantes setores da vida brasileira: a universidade, o Poder Judiciário e a mídia. As propostas que serão pactuadas terão, e espero que tenham, grande repercussão e efetividade, contando também, é claro, com as organizações da sociedade civil, entre elas, as da comunidade judaica.
Somos um país de índole pacífica e tolerante, e o caminho na luta contra todas as violências passa por reconhecer o problema e atacá-lo pela raiz. Reconhecer que a educação, com o seu papel emancipatório, pode criar o ambiente ideal para que a paz floresça num longo prazo, mudando a história, avançando na direção de um mundo mais justo, humano e solidário.
Fierj Digital (e-mail)
(em, 27-01-2008 - edição 326)
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