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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sarkozy gera nova polêmica ao falar sobre religião e Holocausto

Reuters/Brasil Online
Por Tom Heneghan

PARIS (Reuters) - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, gerou uma nova polêmica ao dizer que a fé tem um lugar na esfera pública e que as crianças francesas em idade escolar deveriam aprender sobre as 11 mil crianças judias da França mortas no Holocausto.

Sarkozy tem deixado indignados os partidários do secularismo com seus constantes apelos à fé religiosa e suas referências às raízes cristãs do país. E, na quarta-feira, em uma organização judaica da França, afirmou que a violência e as guerras do século 20 deviam-se à "ausência de Deus".

Os alunos de 10 anos de idade "deveriam conhecer o nome e a história de vida das crianças que morreram no Holocausto", afirmou no Conselho Representativo de Instituições Judaicas na França (Crif).

Na quinta-feira, viu-se criticado tanto por secularistas, que desejam manter separadas as esfera da religião e dos assuntos públicos, e por pessoas segundo as quais as crianças poderiam ficar traumatizadas ao estudarem o Holocausto por meio de vítimas infantis com as quais poderiam se identificar.

"O presidente não deveria lançar mão desse tipo de pregação como vem fazendo agora", afirmou o senador esquerdista Jean-Louis Melenchon. O deputado de centro François Bayrou previu "um choque entre os valores da França e aqueles de Nicolas Sarkozy".

"Não acredito que possamos impor a rememoração", disse o ex-primeiro-ministro Dominique de Villepin. Fazer com que os alunos "adotem" vítimas do Holocausto é algo "pesado demais", afirmou.

Os recentes discursos proferidos por Sarkozy diante de católicos e muçulmanos fizeram nascer acusações de que o líder francês violava o princípio da separação entre o Estado e a Igreja. Ele é o primeiro presidente do país a discursar no jantar anual da Crif, um papel desempenhado normalmente pelo primeiro-ministro.

Sarkozy diz ser um católico relapso.

Os antecessores dele no cargo evitaram falar sobre religião mesmo quando eram fiéis praticantes.

O líder francês argumenta que as pessoas religiosas possuem uma esperança e um objetivo de vida que falta à sociedade moderna devido ao "fim da ideologia" após a Guerra Fria e à disseminação da desilusão em uma sociedade consumista.

Sarkozy disse ao Crif que sua meta não consistia em derrubar o muro que separa a religião do Estado, mas ajudar as comunidades religiosas a resolverem os problemas práticos que enfrentam diante do poder público.

Extraído de:
O Globo on-line, em 14/02/2008.


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