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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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segunda-feira, 3 de março de 2008

Israel - E lá vem a conversa mole da reação desproporcional


Blog Reinaldo Azevedo

2ª-feira, 03 de março de 2008.

É sempre assim, não é? Assim tem sido ao longo das décadas. O mundo já se acostumou com a rotina. Os terroristas palestinos — e, hoje, Gaza está sob a guarda do terror — jogam foguetes em Israel ou praticam alguns atentados, os israelenses reagem, os agressores dizem que a força usada no contra-ataque não corresponde à do ataque, e boa parte do mundo censura a, como é mesmo?, reação desproporcional. Desde quarta-feira, o número de palestinos mortos é superior a 100, talvez metade deles civis. É o habitual. Os bandoleiros se escondem entre inocentes justamente para depois poderem culpar a vítima original: Israel.

Sempre que alguém fala em “reação desproporcional”, fico cá pensando nos desdobramentos disso que pretende ser um primado moral. Deixe-me ver se entendo direito: o Hamas usa Gaza para disparar foguetes contra Israel. Os israelenses, então, deveriam, segundo a lei da proporcionalidade, jogar alguns foguetes em Gaza — e, claro, estrovengas parecidas àquelas que chegam. Se, digamos, morre um israelense, o contra-ataque deveria matar, também, um palestino.

Assim, sempre, tudo segundo a lei da proporção! Israel, nesse caso, deve ser sempre reativo, limitando-se a fazer ao outro aquilo que o outro lhe faz. Só à medida que o potencial de ataque palestino fosse aumentando, é que o alvo fixo poderia ir também ampliando a força de sua reação.

Entenderam? Seria, assim, a dança permanente da morte.

Eis aí uma estupidez influente. Sabem quem são os responsáveis pelas mortes de civis na Faixa de Gaza? Os terroristas palestinos, o Hamas. Vocês acham o quê? A esta altura, a linha-dura israelense, por bons motivos, está se perguntando se foi mesmo uma boa idéia a retirada total de Gaza. A chuva de foguetes faz crer que não.

Volto àquela reportagem publicada na extinga revista Primeira Leitura, em seu penúltimo número, em maio de 2006: os palestinos terão a coragem de afundar o seu navio do terror, como fez Israel em 1948? Leia a respeito aqui. Até agora, não tiveram. Numa luta sangrenta, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, do Fatah, foi banido de Gaza. Sim, nas eleições, não custa lembrar, os palestinos puseram no poder um grupo terrorista.

Não duvidem: os líderes do Hamas estão felizes. Os mortos dos ataques israelenses, para eles, são o sal da terra. E, porque esses mortos lhes são úteis, alguns manés afirmam, então, que Israel está lhes fornecendo aquilo de que precisam. Olhem, é evidente que as mortes são lamentáveis — tristes tempos em que isso tem de ser enfatizado.

Às vezes, parece-me que os críticos de Israel gostariam que os governantes daquele país agissem mais ou menos assim: “Ah, eles estão lançando foguetes contra nós esperando que a gente reaja, certo? Não lhes daremos o que esperam. Seremos vítimas passivas e inteligentes. Ficaremos aqui quietinhos, tomando bomba na cabeça. Somos alvos muito sagazes”.

Então tá. Isso não vai acontecer. Nunca. Com esse comportamento, Israel já teria sido banido do mapa.

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