Obra de sábios, o Pirkê Avot dá especial atenção à sabedoria. Por isso afirma: "Aquele que aprende de seu semelhante apenas um capítulo da Torá, uma halachá, um versículo, um dito, até mesmo uma só letras, deve tratá-lo com respeito particular. Pois assim aprendemos que Davi, rei de Israel que, embora não tenha aprendido de Ahitofel mais do que duas regras de conduta, o chamava de "meu grande e reverenciado mestre".
Segundo o livro, a sabedoria tem proeminência sobre o sacerdócio e a realeza, pois a realeza exige 30 condições, o sacerdócio, 24, enquanto a sabedoria exige 48.
Entre as regras de conduta estão normas que dizem respeito ao estudo dos textos. É preciso estudar com alegria, escutar, compreender e chegar ao fundo das coisas e ainda aguçar a mente, formulando perguntas que promovam a busca de respostas adequadas.
Também as atividades cotidianas fazem parte das regras: dormir pouco, cortar as conversas banais, moderar a dedicação aos negócios e evitar a frivolidade.
O estudo religioso e o respeito aos mestres são partes importantes desse conjunto, como também a humildade, a sensatez, a bondade e o amor ao próximo e a Deus.
Algumas delas, válidas para o ambiente acadêmico até hoje, são: não permitir que os padecimentos o afastem do estudo, expor com precisão, escutar atentamente e aportar idéias próprias, aprender para ensinar, intervir de maneira inteligente, acrescentando assim ao saber de seu mestre e expor idéias mencionando seu autor, pois "todo aquele que expõe idéias e menciona seu autor contribui para a redenção da humanidade" (6:3-6).
Extraído de:
Revista História Viva - Grandes Religiões - número 2 - Judaísmo. São Paulo, Duetto, /março de 2007/, p.27.
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