O Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (LEI) juntamente com o Programa Institutos Milênio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), oferecem um curso em rede, para os interessados no tema do Santo Ofício da Inquisição em Portugal e no Brasil. Pesquisas realizadas com manuscritos inéditos, principalmente pertencentes ao Instituto dos Arquivos Nacionais da Torre do Tombo em Portugal, têm revelado aspectos surpreendentes da história do Brasil, até hoje desconhecidos. A qualidade da gente que povoou o Brasil, suas origens étnicas e religiosas, suas vidas familiares, atividades econômicas, crenças e mentalidades, como também as perseguições que sofreu durante 300 anos pelo Santo Ofício da Inquisição, serão apresentados neste curso. Tendo os documentos inquisitoriais pertencentes ao Tribunal, permanecido secretos durante séculos e inacessíveis ao grande público – a historiografia tanto brasileira quanto estrangeira ignorou aspectos de decisiva importância para a compreensão dos fundamentos essenciais da cultura brasileira. O conhecimento do sistema repressivo e desumano, que vigorou na sociedade brasileira colonial, assim como o entendimento da visão de mundo dos primeiros povoadores, devem ser buscados nos documentos pertencentes ao Santo Ofício da Inquisição.
O curso que apresentamos tem como objetivo oferecer aos interessados os resultados das últimas pesquisas realizadas no campo dos estudos inquisitoriais, principalmente sobre os crimes perpetrados contra a população que tinha remotas origens judaicas. Foi uma perseguição racista, com interesses econômicos, mascarados estes sob pretexto religioso. Os agentes inquisitoriais vieram ao Brasil buscar os hereges, mas o que mais interessava os inquisidores eram os descendentes de judeus que haviam sido convertidos à força - os cristãos novos. Em muitos aspectos, o anti-judaísmo no mundo ibérico antecipou cinco séculos o anti-semitismo nazi.
As Aulas
A terceira aula mostrará que a poderosa Companhia de Jesus foi uma ordem anti-semita, racista e elitista. Apesar do grande número de cristãos novos admitidos na Ordem, no seu primeiro século de existência, quando de sua fundação, todos descendentes de judeus, assim como negros, mulatos e árabes eram discriminados. Serão focalizadas as divergências entre os jesuítas, assim como intolerância e conflitos.
A quarta aula tratará sobre os vinte e quatro anos que os holandeses ocuparam o Nordeste do Brasil, mostrando como se deu a convivência entre judeus, cristãos novos e calvinistas. A velha tradição anti-semita vigorou durante todo o período holandês, envenenando as relações entre os súditos portugueses e holandeses, apesar das drásticas atitudes pró-judaicas assumidas pelos dirigentes da Companhia das Índias Ocidentais. A expulsão dos judeus de Pernambuco em 1654 levou vinte e três imigrantes do Brasil para Nova Amsterdã, onde foram pioneiros na colonização, criando a primeira comunidade judaica
O link para acesso e inscrição ao curso é:
http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/imoodle/course/view.php?id=5
Equipe Docente:
Professora Renata Rosenthal Sancovsky
Professora Eneida Ribeiro
Professor Robson Lima Santos
Professora Daniela Levy
Professora Lina Gorenstein
Professor Marcelo Amaral
Professora Rachel Mizhari
Professora Noely Raphanelli
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