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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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sexta-feira, 4 de abril de 2008

Santa Sé não retrocede no diálogo com povo judeu

Declara um comunicado vaticano sobre a oração da Sexta-Feira Santa

Por Jesús Colina

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 4 de abril de 2008 (ZENIT.org).- A Santa Sé declarou com um comunicado que o texto da oração pelos judeus da Sexta-Feira Santa, redigido para as comunidades que celebram a liturgia segundo o missal precedente ao Concílio Vaticano II, não supõe um retrocesso nas relações com o povo de Israel.

A Secretaria de Estado saiu ao encontro, com esta declaração, das interpretações de alguns representantes judeus que viam no texto desta oração uma renúncia ao diálogo empreendido com a declaração Nostra Aetate, aprovada por esse Concílio e emitida pelo Papa Paulo VI em 1965.

A oração sugerida para as comunidades ligadas à liturgia tradicional reza para que os judeus «reconheçam Jesus Cristo, Salvador de todos os homens» e para que «entrando a plenitude dos povos em vossa Igreja, todo Israel seja salvo».

Contudo, a oração ordinária da Igreja continua utilizando a fórmula do missal adotado em 1969, que entrou em vigor em 1970, sob o papado de Paulo VI: «Rezemos pelos judeus, a quem Deus falou em primeiro lugar: para que progridam no amor de seu nome e na fidelidade à sua aliança».

Na declaração, a Santa Sé assegura que a nova formulação «não pretendeu de nenhum modo manifestar uma mudança na atitude da Igreja Católica para com os judeus, sobretudo a partir da doutrina do Concílio Vaticano II».

Para Bento XVI, acrescenta, a declaração Nostra Aetate supõe «um marco no caminho para a reconciliação dos cristãos com o povo judeu».

«A continuidade na atitude da declaração Nostra Aetate se demonstra, por outra parte, com o fato de que o Oremus pelos judeus contido no Missal Romano de 1970 segue em pleno vigor e é a forma ordinária da oração dos católicos», sublinha.

«O documento conciliar, no contexto de outras afirmações sobre as Sagradas Escrituras (Dei Verbum 14) e sobre a Igreja (Lumen Gentium 16), expõe os princípios fundamentais que sustentaram e sustentam também hoje as relações fraternas de estima, de diálogo, de amor, de solidariedade e de colaboração entre católicos e judeus.»

«Observando o mistério da Igreja, Nostra Aetate recorda precisamente o vínculo totalmente particular com o qual o Povo do Novo Testamento está espiritualmente ligado com a estirpe de Abraão e rejeita qualquer atitude de desprezo e de discriminação para com os judeus, repudiando com firmeza toda forma de anti-semitismo.»

A nota conclui assegurando que «A Santa Sé deseja que as precisões contidas neste comunicado contribuam para esclarecer os mal-entendidos e reafirma seu firme desejo de que avancem ainda mais os progressos alcançados na compreensão e estima recíproca entre judeus e cristãos durante estes anos».

Em sua próxima viagem aos Estados Unidos, Bento XVI visitará a sinagoga de Nova York e em Washington se reunirá com uma delegação da comunidade local, por ocasião da Páscoa judaica, segundo revelou nesta sexta-feira o Pe. Federico Lombardi S.J., diretor da Sala de Informação da Santa Sé.

O porta-voz vaticano confirmou a notícia publicada pela Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos, segundo a qual, ao programa oficial da viagem foram acrescentados dois encontros com representantes judeus: o primeiro, em Washington, no final do encontro inter-religioso de 17 de abril; o segundo, no dia seguinte, em Nova York, na Park East Synagogue, próxima à sede da nunciatura apostólica, onde o pontífice se hospedará.

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