País completa hoje seis décadas de existência sem uma perspectiva de coexistência pacífica com palestinos
Especial para O GLOBO
O Globo, O Mundo, página 42, em 08/05/2008.
Para muitos, o processo de paz nunca esteve tão estagnado.
Além de irritar a comunidade internacional ao prometer congelar a construção de assentamentos judaicos na Cisjordânia e, ao mesmo tempo, autorizar centenas de novas unidades habitacionais, Olmert tem pela frente a Justiça. Investigado em cinco casos de corrupção, o premier corre o risco de ser julgado sob suspeita de ter recebido milhões de dólares ilegalmente de um empresário americano quando era prefeito de Jerusalém nos anos
Segundo o historiador e ex-viceprefeito de Jerusalém Meron Benvenisti, o processo de paz iniciado pelo premier Itzhak Rabin e pelo líder palestino Yasser Arafat em Madrid, em 1991, e selado em Oslo em 1994, foi o mais próximo que se chegou da paz. Benvenisti alega que foi a primeira vez que líderes locais tiveram a coragem e a ousadia necessárias para tocar nos pontos nevrálgicos do conflito.
— Rabin precisava resolver o problema palestino para controlar o problema da imigração em massa de judeus vindos da URSS entre 1989 e 1992, quando Israel precisava aumentar seus sistemas de educação e saúde para atender à demanda. Já Arafat estava encurralado entre a insatisfação popular, uma crise na OLP e o crescimento do fundamentalismo islâmico do Hamas, que, além de popularidade, começava a ganhar dinheiro do Irã. Fazer a paz era a única solução para seu prestígio. Vai demorar para termos outra oportunidade como aquela — explica.
Já para o jornalista e historiador Tom Segev, os israelenses perderam a fé nos políticos e as ilusões quanto ao processo de paz. Ele argumenta que o fim das negociações com os palestinos nos anos 90 e a violência causada pela eclosão da segunda intifada levaram a população à descrença e ao cinismo. Segundo Segev, o israelense mediano já não quer mais saber de política, apenas cuidar do dia-a-dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário