PAUL ADAMS
da BBC Brasil
A viagem começa, apropriadamente, em um kibutz nascido no mesmo ano que o Estado de Israel.
"Nós sentíamos que tínhamos um trabalho a fazer", disse Julia, enquanto olhávamos em direção às Colinas de Golã, logo ali. "Nós sabíamos que tínhamos de construir algo que iria ter um significado."
Mas o idealismo que trouxe as pessoas para cá ainda permanece vivo, e, com ele, o desapontamento pelo que Israel se tornou.
"Me faz sentir inútil", diz Nizan sobre as notícias, que parecem recheadas das últimas investigações policiais sobre os crimes financeiros e sexuais dos políticos do país.
Ela chegou com seus pais e outros 15 mil judeus etíopes em 1991, durante a chamada Operação Salomão.
Dezessete anos depois, a vida nem sempre tem sido fácil para os etíopes, que formam cerca de 1,5% da população. Mais da metade vive abaixo da linha de pobreza. Há problemas com drogas e violência doméstica.
Brasileira recém-chegada
Ali perto, em Ra'anana, Marla Bitran, recém-chegada do Brasil, compartilha do idealismo e da determinação de Mazi.
"Sempre tive o sonho de viver em Israel", diz ela.
Por fim, em Sderot, junto à Faixa de Gaza. Enquanto os moradores do kibutz da Galiléia temiam a artilharia síria nos anos
Há abrigos improvisados contra foguetes, pintados de cores alegres, em cada extremidade do mercado. Quando toca a sirene, você tem no máximo 15 segundos para se abrigar.
Olga é uma pilha de nervos. Carrega uma bolsa de medicamentos para conseguir suportar os foguetes.
Ela já foi uma mulher de negócios bem-sucedida, mas agora depende dos benefícios do Estado, que não são suficientes.
Há um forte sentimento de solidariedade em Sderot, mas também a sensação de que o Estado não está fazendo o que deveria.
Olga diz sentir-se abandonada, mas não tem para onde ir.
Deixando a violência ou a incerteza para trás em seus países de origem, os imigrantes que vieram para Israel encontraram tanto uma quanto outra aqui.
BBC Brasil / FSP on-line, em 08/05/2008.
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