©Profa Dra Cláudia Andréa Prata Ferreira.2001-2008.
Faculdade de Letras/UFRJ.
Programa de Pós-Graduação
Por que se celebra Sheminí Atzéret?
Sheminí Atzéret, o “oitavo dia de assembléia solene”, é considerado freqüentemente, como o oitavo dia de Sucot[1]. Na realidade trata-se de uma festividade independente. É uma festividade de um dia de duração que marca o término dos festejos e observâncias de Sucot. Nenhuma das cerimônias de Sucot se aplica a ela.
A festividade de Sheminí Atséret está prescrita em Levítico 23,26: “no oitavo dia, haverá santa convocação para vós...nenhuma obra servil fareis”.[2]
Os nossos sábios descrevem o motivo do oitavo dia com a seguinte parábola:
Deus é comparado a um rei que convidou todos seus filhos a uma festa que se prolonga por um número determinado de dias (Sucot). Quando chega o momento da despedida Ele disse: Filhos, tenho um pedido a fazer: "fiquem mais um dia", pois vossa partida é muito penosa para mim. Assim,
O Kidush[3], e todas as preces pertinentes, tem seu próprio nome, elas não se referem como Sucot e sim com o nome próprio de Sheminí Atzéret. Os rabinos se referem a Sheminí Atzéret como reguel bifnê atzmo, uma festa separada, e recomendam que se pronuncie a oração Shechecheiánu[4] ao acender as velas e dizer o Kidush.
Na época de Sucot, conforme a tradição, Deus determina a quantidade de chuvas que cairão no ano seguinte. Portanto, o serviço matutino de Sheminí Atzeret inclui uma prece especial pela chuva (Tefilat Guéshem[5]). Nesse dia recita-se também o Izkor[6], a oração comemorativa dos finados.
Posteriormente, as comunidades da Galut (Diáspora) acrescentaram um segundo dia a Sheminí Atséret, que passou a ser conhecido como Simchát Torá, a Festa de Alegria pela Torá. Em Israel, Simchát Torá é celebrado no mesmo dia que Sheminí Atséret.
CHABAD. Site Judaico. Datas. Sucot. São Paulo, Chabad, s.d. http://www.chabad.org.br.
FERREIRA, Cláudia Andréa Prata Ferreira. Cartilha de alfabetização do alfabeto hebraico. Rio de Janeiro: Edição da Autora, 2001. Versão voltada para o ensino das tradições e costumes da vida judaica, enfatizando a parte litúrgica.
KOLATCH, Alfred J. Livro judaico dos porquês. Trad. Dagoberto Mensch. São Paulo: Sefer, 1996.
STEINMETZ, Avraham. O Guia. Fundamentos Judaicos para iniciantes. São Paulo: Chabad, 1996.
SOBEL, Henry, I. Os Porquês do Judaísmo. São Paulo: Congregação Israelita Paulista (CIP), novembro de 1983. Capítulo 11 (Sukot). Material disponível online no site http://www.cipsp.org.br
[1] Sucot (plural de sucá) significa “cabanas”.
[2]
[3] A palavra Kidush significa "santificação". O Kidush deve ser feito preferencialmente sobre um cálice de vinho, símbolo tradicional de alegria e dia festivo. O Kidush sobre o vinho foi instituído pelos Sábios da Grande Assembléia (Knésset HaGuedolá), no período de Esdras. No período do Templo derramava-se vinho sobre os altares de sacrifício. Nessa parte da cerimônia os levitas entoavam cânticos de louvores a Deus. Após a destruição do Templo, instituiu-se o Kidush sobre o vinho nas sinagogas e, posteriormente, o costume foi estendido aos lares judaicos.
[4] Recita-se a bênção (shehecheiánu) antes de ingerir uma fruta nova da estação e em seguida, recita-se a bênção da fruta (borê peri haets). Recita-se essa bênção em todas as ocasiões felizes.
[5] Uma prece especial por chuvas para a Terra de Israel.
[6] Izkor "Que Ele se lembre" é um serviço comemorativo dos finados realizado na sinagoga quatro vezes por ano (Iom Kipur, Pessach, Shavuot e Sucot - especificamente
[7] Simchát Torá significa “A alegria da Torá”. Festividade Judaica.
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