O Globo, Mundo, página 29, em 24/01/2009.
Enviado agrada a Israel e ANP
Ex-senador Mitchell criticou no passado expansão de colônias israelenses
Renata Malkes
Especial para O GLOBO
JERUSALÉM. No auge da corrida diplomática para um cessarfogo duradouro na Faixa de Gaza, a nomeação de George Mitchell para o cargo de novo enviado americano ao Oriente Médio parece ter agradado a israelenses e palestinos. Em Jerusalém e Ramallah, fontes ligadas aos governos dos dois lados comemoraram a escolha do ex-senador de 75 anos, conhecido por elaborar o “Relatório Mitchell”, que defendia o fim da expansão das colônias israelenses na Cisjordânia em 2001.
Enquanto em Jerusalém, israelenses começam a se preparar para a primeira visita de Mitchell, daqui a duas semanas, em Ramallah, o negociador palestino Ahmed Qurei destacou a experiência do novo enviado. O entusiasmo, no entanto, foi menor na Faixa de Gaza, onde o Hamas já acusou o novo presidente dos EUA, Barack Obama, de tentar manter a “política desastrosa” da era George W. Bush.
— Celebramos esta nomeação e o primeiro contato telefônico com o presidente Obama e a secretária de Estado, Hillary Clinton. Isso mostra o quanto o problema palestino será levado a sério. Mitchell conhece a questão israelense-palestina, os conflitos e interesses políticos dos dois lados, e já trabalhamos com ele no passado. Seu relatório sobre os assentamentos foi muito objetivo — disse Qurei.
Hamas manda delegação ao Egito discutir cessar-fogo
Em Jerusalém, o porta-voz da Chancelaria israelense, Yigal Palmor, também destacou “boas relações de trabalho” com o novo enviado americano. Segundo ele, Israel e os EUA estão em total acordo quanto à reabertura das fronteiras entre Gaza e o Egito, desde que haja a participação de observadores internacionais e que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) assuma um papel ativo na região.
Fontes próximas ao premier Ehud Olmert contaram que o Gabinete de Segurança de Israel — formado por Olmert e pelos ministros do Exterior, Tzipi Livni, e da Defesa, Ehud Barak — acompanhou o discurso de Obama com otimismo e se prepara para apresentar novas propostas a fim de renovar o diálogo com a ANP.
Apesar da euforia, a volta às negociações só aconteceria após as eleições no país, no próximo dia 10, com um novo governo israelense.
“Nenhum governo foi tão longe nas declarações sobre as possibilidades de entendimento.
Israel está disposto a ceder em muitos pontos, mas infelizmente a assinatura de um acordo de paz definitivo somente vai acontecer no próximo governo israelense”, disse uma fonte próxima ao premier ao jornal “Yedioth Ahronoth”.
Em Gaza, o grupo radical islâmico Hamas continuou mandando sinais diplomáticos contraditórios.
Depois de criticar Barack Obama e afirmar que a nova administração da Casa Branca não representa mudanças verdadeiras nas relações com o Oriente Médio, o grupo enviou ontem uma delegação de seis representantes ao Cairo para pressionar o presidente egípcio, Hosni Mubarak, a agir pela abertura das fronteiras e pelo fim do bloqueio de Israel a Gaza.
JB, Internacional, página 21, em 24/01/2009.
Israel e ANP elogiam escolha de enviado especial dos EUA
Israel e a Autoridade Nacional Palestina elogiaram a nomeação do ex-senador George Mitchell como novo enviado especial dos EUA para o Oriente Médio. O presidente Barack Obama informou que Mitchell chegará à região "o mais rápido possível" para assegurar um cessar-fogo duradouro e sustentável em Gaza.
Apesar dos pedidos do presidente americano pela abertura dos postos na fronteira da Faixa de Gaza para que ajuda humanitária possa chegar à região e o comércio fluir, Israel se recusa a reabrir suas passagens fronteiriças com o território palestino por enquanto, pois pretende usar isso na mesa de negociações para a libertação do soldado Gilad Shalit, capturado pelo Hamas em 2006, afirmou o Financial Times, citando um funcionário israelense.
Israel está preparando sua defesa contra as acusações de crimes de guerra após a ofensiva na Faixa de Gaza, apesar de as chances de uma ação jurídica serem remotas.
Fotos aéreas e documentos filmados por soldados em campo equipados com câmaras de vídeo, durante os combates, estão sendo reunidos para reforçar a tese israelense segundo a qual os bombardeios eram legalmente justificados.
O UNRWA, Amnesty International e médicos estrangeiros presentes em Gaza acusaram o exército israelense de utilizar bombas de fósforo nas zonas habitadas, o que viola as convenções internacionais.
A Bolívia, a Federação Internacional dos Direitos Humanos e um grupo de advogados também já anunciaram que queriam acionar a Corte Penal Internacional (CPI), competente em casos de crimes de guerra e contra a humanidade.
Mas, segundo especialistas jurídicos, estas perseguições têm pouca chance de ocorrer, porque o Estado hebreu não é assinante do Estatuto de Roma que criou a jurisdição.
FSP online
- Agências humanitárias exigem acesso irrestrito a Gaza
- Crianças de Gaza voltam à escola com traumas da guerra
- Guerra em Gaza fortalece direita em Israel
- Hamas critica Obama por cobrar reconhecimento ao Estado de Israel
G1
Em Cima da Hora
- Escolas da ONU são reabertas na Faixa de Gaza: Segundo o chefe da diplomacia europeia, Javier Solana, a reconstrução da região deve começar o mais rápido possível. Cerca de 200 mil alunos estudam em pouco mais de 200 escolas da ONU.
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- Lea Lozinsky (CTV 1237 – 18/01/2009)
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23/01/2009
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