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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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sábado, 24 de janeiro de 2009

Israel x Gaza x Oriente Médio (189) .... Será que algum dos lados realmente venceu o conflito na faixa de Gaza?

UOL Internacional

Der Spiegel (24/012/009)


Quem venceu o conflito em Gaza? (título do link)

*obs. O grifo em azul é meu. Difícil, pois o texto todo é importante!!!!!


Ulrike Putz

Em Beit Lahia


Na Faixa de Gaza, as pessoas estão voltando para casa - ou para os destroços que antes eram suas casas. Muitos estão culpando o Hamas pela destruição porque as militantes se esconderam entre civis e atraíram o fogo israelense. Ainda assim, ninguém ousa falar abertamente.


Aquilo que resta quando uma pessoa é atingida por um tiro de canhão. Sangue, tecido, pedaços de ossos presos na parede.


E raiva.


A raiva de Mohhammed Sadala é direcionada a um homem, cujos restos ele encontrou em seu quarto: um combatente do Hamas. Ele e um camarada invadiram sua casa, que estava vazia após a fuga da família. Da varanda, os homens do Hamas atiraram contra os israelenses que avançavam. Os soldados atiraram de volta, matando os militantes e destruindo a casa da família de dez pessoas no processo.


Quando Sadala voltou para ver o que tinha acontecido, ele encontrou sua propriedade em ruínas: o quarto das crianças estava queimado, enquanto a sala de estar e o corredor estavam cortados por buracos de tiros e enegrecidos pela fumaça. No quarto de dormir, estavam os corpos: um tinha sangrado até a morte, o outro fora atingido por um tiro de tanque.


Ao lado dos corpos estavam os rifles usados para tentar deter os tanques.


"Eu costumava apoiar o Hamas porque eles lutavam pelo nosso país, pela Palestina", diz Sadala. O Hamas defendia um recomeço, o fim da corrupção, que se espalhou como câncer com o moderado Fatah. Nas eleições de 2006, o Hamas conquistou a maioria com sua mensagem de mudança, disse Sadala, que ganha a vida no ramo da construção. Gesticulando muito, o senhor de 52 anos olhava as ruínas do quarto: "Essa é a mudança que eles trouxeram. Fomos bombardeados para 2.000 anos atrás."


Pelo buraco na parede da casa, Sadala vê um cenário cinza e marrom. Antes havia um bairro ali, o seu bairro. Agora, há uma serpente de areia em torno de uma cratera de bomba. É impossível dizer onde antes ficavam as ruas. As casas viraram pilhas de destroços. As pessoas construíram refúgios usando tecidos e destroços. Elas olham para os burros e carneiros mortos, de barrigas inchadas. Ninguém aqui tem tempo para remover os corpos que apodrecem.


Os moradores de Beit Lahia estão começando do zero novamente: as crianças carregam nas costas madeira das árvores quebradas. As mães se curvam diante do fogo e assam o pão. As jovens carregam água em latões de gasolina. Apenas os homens ficam em pé atônitos, fumando, olhando para o vazio. Muitas pessoas aqui, como Sadala, colocaram suas esperanças no Hamas - e agora estão olhando para o vazio, ideológica e materialmente.


Agora, tudo está perdido

E não apenas os prédios estão em destroços na Faixa de Gaza, mas também o modo de vida de milhares de pessoas. Nas sociedades árabes, a casa é em geral tudo o que uma família possui. Frequentemente, vários irmãos constroem uma casa para toda a família. Viver junto tem suas vantagens: quando os custos da construção da casa são pagos, sobra mais dinheiro para alimentar as dezenas de familiares.


Agora, tudo está perdido.


"Quando o Hamas chegou ao poder, nos ajudou com pacotes de alimentos", diz Abu Abed, 60. Seus filhos, todos enfermeiros hospitalares, estão sem trabalho há anos. Isso é verdade para muitos na Faixa de Gaza. Agora, Abu Abed está diante dos destroços da sua casa, onde ele morava com quatro gerações da sua família. Tudo o que resta são os pilares do primeiro andar. A marinha israelense estava de olho naquele prédio desde o início da guerra. Afinal, sua vista clara da Faixa de Gaza e do mar teria fornecido uma boa base para o Hamas.


"Mudei de opinião sobre o Hamas", diz Abu Abed. "Não posso apoiar um partido que trava uma guerra que destrói nossas vidas". Ele fica particularmente revoltado com o fato do Hamas ainda estar vendendo o cessarfogo como uma vitória.


"Quem venceu aqui?", ele pergunta e aponta para os destroços que eram sua casa.


Um de seus vizinhos acrescenta: "Muitas pessoas agora estão contra o Hamas, mas isso não vai mudar nada", diz ele. "Porque qualquer um que se levanta contra eles é morto". Desde que assumiu o poder, o Hamas usou a força brutal contra qualquer dissensão na Faixa de Gaza. Houve reportagens das agências de notícias que, durante a guerra, o Hamas teria executado suspeitos de colaborar com Israel. O reino do terror continuará por algum tempo, diz o vizinho que não quer dar seu nome. "Nunca haverá uma rebelião contra o Hamas. Seria suicídio."


Outros engolem a raiva. A casa de Hail fica a poucas ruas de distância e sofreu apenas poucos danos. Há alguns buracos de tiros na sala e todas as janelas estão quebradas. Hail também descobriu, depois do cessar-fogo, que os militantes tinham usado sua casa como base para suas operações. A porta da casa estava aberta e havia cabos elétricos passando pelo corredor. Quando Hail os seguiu, viu que levavam para a casa do vizinho que, aparentemente, tinha sido minada pelo Hamas.


Hail, que tem trinta e poucos anos, estava sentado em sua varanda pensando no que fazer quando um homem se aproximou: ele era do Hamas e tinha deixado alguma coisa na casa de Hail. Este o deixou entrar, e o homem então apareceu com um colete à prova de balas, um lançador de foguetes e um cinto de munições. Uma hora depois, um combatente da Jihad Islâmica bateu na porta. Ele subiu para o telhado e reapareceu com uma caixa de munição. "Eles abusam das casas dos civis para seus próprios propósitos. Isso não está certo", disse Hail com desgosto tentando manter a educação.


Em contraste com muitos de seus vizinhos, a família Sadala está comparativamente bem. Todos sobreviveram, e a casa teoricamente ainda pode ser consertada. Mohammed Sadala tem outra opinião: "Não há saída", diz ele. O que aconteceu em seu quarto de dormir não pode ser resolvido com uma limpeza. O pior é que agora ele sabe quem morreu no quarto: foi Bilal Haj Ali. Sadala sabe disso porque os irmãos do jovem vieram visitá-lo há poucos dias. Eles queriam ver o lugar onde Bilal tornara-se um mártir. "Eu os deixei centrar, mas quase não falei nenhuma palavra", diz ele.


Os jovens tiraram fotografias dos restos do irmão com seus telefones celulares. "Mas eles não quiseram limpar", disse Sadala. "Eu disse a eles para nunca mais aparecerem por aqui novamente."



FSP (24/01/2009)


DA REDAÇÃO - O premiê de Israel, Ehud Olmert, incumbiu ontem o ministro da Justiça, Daniel Friedman, de defender o Exército diante de eventuais denúncias de crimes de guerra cometidos nas três semanas da ofensiva em Gaza.
Friedman deverá coordenar a resposta às ações judiciais que organizações de direitos humanos israelenses e estrangeiras prometeram apresentar contra Israel.
A ONU também cobrou que os responsáveis pela ofensiva, cujo nome Israel não revela, sejam julgados.
Militares israelenses admitiram ter usado bombas de fósforo branco na ofensiva, sem especificar as circunstâncias - o seu uso em áreas urbanas civis contraria leis internacionais de guerra.
Mas Israel nega acusações de que teria usado uma munição com urânio empobrecido, um material potencialmente cancerígeno que aumenta a eficiência das bombas e projéteis.


FSP online


Estadão


Eldorado (23/01/2009)


Gazeta do Povo (Paraná, 24/01/2009)


Correio Braziliense (24/01/2009)


Aurora (Israel)



Veja mais:


Blogs e sites:

Textos / Artigos / Reportagens / Vídeos (ordem alfabética)



Comunidade na TV (FIERJ)



24/01/2009

Israel x Gaza x Oriente Médio (188) .... Links de interesse

Israel x Gaza x Oriente Médio (187) .... Israel e ANP elogiam escolha de enviado especial dos EUA

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