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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Israel x Gaza x Oriente Médio (305) .... Um druso no partido antiárabe

O Globo, Mundo, página 29, em 13/02/2009.


Negação do Holocausto é intolerável, diz Papa

Pontífice se reúne com judeus para neutralizar crise detonada por bispo conservador reabilitado pelo Vaticano


CIDADE DO VATICANO. Numa tentativa de neutralizar a crise da Igreja Católica com judeus, depois que um bispo britânico negou a ocorrência do Holocausto, o Papa Bento XVI se reuniu ontem com um grupo de líderes de organizações judaicas americanas e afirmou que “qualquer negação ou minimização desse terrível crime é intolerável”, especialmente vindo de um clérigo. A declaração foi a mais forte condenação à negação do Holocausto feita até agora pelo Papa.


Bento XVI também confirmou, pela primeira vez, que estava planejando visitar Israel, o que o Vaticano diz que deve acontecer em maio. Essa será a segunda visita de um Pontífice à Terra Santa desde que João Paulo II esteve lá em 2000.


Declaração é bem recebida, mas pode não encerrar crise O Papa assegurou a cerca de 60 líderes judeus americanos reunidos no Vaticano que a Igreja Católica estava “profundamente e irretocavelmente comprometida em rejeitar o antissemitismo”.


Esse foi o primeiro encontro do Pontífice com judeus desde janeiro, quando o bispo Richard Williamson negou o extermínio de seis milhões de judeus.


Segundo ele, no máximo 300 mil foram mortos, e nenhum em câmaras de gás.


Na reunião de ontem, o Papa também retomou as palavras proferidas por seu antecessor, João Paulo II, que na visita a Jerusalém em 2000 pediu “perdão por todas as injustiças que o povo judeu teve de sofrer” durante a Segunda Guerra, o que foi interpretado como uma resposta às acusações de omissão da Igreja e do Papa Pio XII frente ao Holocausto.


— (O Holocausto foi) um crime contra Deus e a Humanidade — afirmou Bento XVI. — (A Igreja está) profundamente empenhada na recusa ao antissemitismo.


Os dois mil anos de história das relações entre judaísmo e a Igreja atravessaram muitas fases diferentes, algumas que são lembradas com pesar — afirmou.


As declarações do Papa, que é alemão e foi integrante de Juventude Hitlerista quando jovem, foram em geral bem recebidas por líderes judeus.


— Nossa questão nunca foi com o Papa, mas com o bispo que menosprezou o Holocausto — disse Oded Weiner, diretor geral do Rabinado de Israel.


No entanto, nem todos consideraram a crise encerrada. Para o sobrevivente do Holocausto e diretor da Liga Antidifamação Abraham Foxman, Williamson deve ser excomungado.


— A declaração de hoje foi importante, mas não encerra o assunto. Não se pode condenar a negação do Holocausto e o antissemitismo e reabilitar alguém que continua a ser antissemita e a negar o Holocausto — afirmou.

As relações entre judeus e a Igreja Católica estão tensas desde 24 de janeiro, quando Bento XVI suspendeu a excomunhão de Williamson e de outros três conservadores que haviam sido ordenados bispos em 1988 pelo líder da SSPX (grupo que não aceita diversas das mudanças do Concílio Vaticano Segundo, que modernizaram a Igreja nos anos 1960), Marcel Lefevbre. Os bispos foram excomungados por João Paulo II e reabilitados por Bento XVI.


Readmissão total de bispos ainda está pendente Três dias antes da anulação da excomunhão, Williamson dissera a uma TV sueca que não existiram câmaras de gás. Diante da revolta de judeus, o Vaticano pediu para o bispo se retratar, mas até agora ele não o fez, dizendo que voltaria a estudar o assunto, mas que precisava de tempo para avaliar as provas.


O escândalo gerado pelo perdão do bispo levou organizações judaicas a cortar relações com o Vaticano. Cardeais católicos criticaram o Papa e até a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, exigiu explicações do Pontífice.


Apesar de a excomunhão dos quatro conservadores ter sido suspensa, a Igreja informou que eles, assim como membros da SSPX, não serão integralmente readmitidos enquanto não aceitarem integralmente as mudanças introduzidas pelo Segundo Concílio do Vaticano.



Livni recusa barganha política com Netanyahu

Apesar de vencer eleição, chanceler é pressionada a evitar aliança com a direita e liderar a oposição


Renata Malkes Especial para O GLOBO l JERUSALÉM.


Diante da possibilidade cada vez maior de ser indicado pelo presidente para montar o próximo governo, Benjamin Netanyahu, do partido de direita Likud, já considera oferecer ao Kadima de Tzipi Livni pastas estratégicas, como a de Defesa e a de Relações Exteriores, para unir forças com a maior legenda do país. O jogo de barganha política, no entanto, parece irritar o Kadima e é cada vez maior o apoio interno para que a centrista Livni recuse qualquer proposta de se aliar à direita conservadora e passe a liderar o bloco de oposição junto ao Partido Trabalhista.


A instabilidade chegou ainda aos partidos de direita, com o ortodoxo sefaradita Shas querendo bloquear as manobras do terceiro colocado, o ultranacionalista Israel Beiteinu, de Avigdor Lieberman, conhecido também por suas posições seculares e antirreligiosas.


Comparecimento às urnas totaliza 72,5% do eleitorado Somente ontem terminou a apuração oficial dos votos, com a contagem das urnas especiais colocadas em bases militares, hospitais, cadeias e nas embaixadas de Israel no exterior. Embora esses votos não tenham alterado o resultado final das eleições, o Comitê Central Eleitoral informou que eles fizeram com que o índice de votação chegasse a 72,5% do eleitorado.

Dividido, cresce no Kadima a pressão para que Tzipi Livni desista da corrida contra o tempo para montar um governo numérica e ideologicamente impossível.


Segundo assessores próximos à líder, o partido venceu a batalha eleitoral, mas perdeu a guerra. A única maneira de combater a ascensão da direita sem “sujar as mãos” e abrir mão das promessas de campanha, é permitir que Netanyahu assuma o posto com uma base governista linha-dura, o que levaria ao desastre nas negociações de paz com os palestinos e tornaria impossível a relação com o novo governo da Casa Branca. O ministro do Interior, Meir Shetrit, do Kadima, afirmou que o partido não vai entrar num governo religioso radical.


— Não temos medo da oposição.


A única maneira de nos aliar ao Likud é se Netanyahu formar uma base conosco e com o Partido Trabalhista. Caso ele opte por uma aliança com os radicais do Israel Beiteinu e os religiosos, será péssimo. O governo não poderá funcionar e, em breve, haverá novas eleições — ameaçou o ministro.


Netanyahu, por sua vez, reuniuse ontem com representantes de todas as legendas religiosas e nacionalistas. O quebra-cabeça político deve se arrastar até a semana que vem, quando o presidente Shimon Peres indicará o responsável pela formação do governo.


De acordo com o jornal “Yediot Ahronot”, a peça-chave do impasse, Avigdor Lieberman, vai pedir, em troca do apoio a Livni ou Netanyahu, a manutenção do Ministério da Justiça, a cadeira de ministro das Relações Exteriores e o Ministério do Interior, além de amplas reformas religiosas, como o casamento e o tema das conversões ao Judaísmo.


Lieberman anunciará seu escolhido no domingo As exigências colocam Lieberman e a direita religiosa em rota de colisão. O imbróglio chegou também à ala mais radical da política israelense. O líder do partido ortodoxo sefaradita Shas, Eli Yishai, que detém 11 cadeiras no Parlamento, anunciou ontem uma aliança ao bloco ortodoxo asquenazita Judaísmo Unido da Torá, numa tentativa de frear as exigências de Lieberman e impedir que mude as regras religiosas, pilar imutável das legendas ortodoxas.


Parecendo se divertir com o desespero dos adversários, Lieberman afirmou já ter escolhido seu potencial parceiro de coalizão, mas disse que só anunciará sua decisão no próximo domingo.


Um druso no partido antiárabe

Eleito é alvo de desconfiança


JERUSALÉM. O advogado Hamad Amer vai estrear no Parlamento enfrentando a desconfiança de árabes e judeus. O druso da aldeia de Shfaram, norte de Israel, foi eleito pelo partido ultranacionalista Israel Beiteinu, conhecido pela agenda antiárabe.


Único não-judeu da legenda, garante ser a favor dos “testes de fidelidade” a árabes do país e diz não se importar com a reprovação à sua eleição numa legenda sionista. Para ele, as acusações de que o partido é racista são injustas.


— O partido não pede que os árabes abram mão de sua identidade, mas que reconheçam Israel como um Estado judeu — disse a o GLOBO.


Os drusos são uma minoria religiosa dissidente do Islã.(R.M.)



Reinaldo Azevedo (13/02/2009)


FSP online (13/02/2009)


G1 (13/02/2009)


Veja mais:

13/02/2009


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