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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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sábado, 1 de agosto de 2009

Israel e Palestina: chegou a hora da paz


Os artigos sobre Israel sempre atualizados você encontra aqui.




Destaque 1



O Globo (01/08/2009)


Opinião, pág. 7


Zuenir Ventura


Inimigos, ou melhor, amigos


Entre os personagens que estiveram esta semana no Rio para o Seminário sobre a Paz no Oriente Médio, há pelo menos dois exemplos incomuns para quem não acredita em soluções pacíficas, só em guerra: Robi Damelin, de 65 anos, e Ali Abu Awwad, de 37. Como pertencem a dois povos em conflito há décadas, eles tinham tudo para ser inimigos, mas são amigos. Ela, israelense, perdeu um filho assassinado por militantes palestinos; ele, palestino, teve um irmão executado por soldados israelenses. A dor e o ódio por essas perdas, em vez de conduzi-los para o caminho da vingança, os encaminharam para o movimento Fórum de Famílias Enlutadas, que reúne 500 delas, 250 de cada lado. Todas sofreram alguma baixa e se uniram para difundir a mensagem de “paz, reconciliação e tolerância”. Vi os dois em “Ponto de encontro”, excelente documentário da brasileira Julia Bacha, e os encontrei na casa de Andrea Gouvêa Vieira, mãe da jovem diretora. Escrevo sob o impacto dessas descobertas.


Robi e Ali têm viajado pelo mundo com o filme, expondo suas razões para abraçarem uma causa tão improvável. Ela explica que diante da questão que se colocava — “O que fazer com uma dor como essa?” — poderia ter procurado a retaliação, dando continuidade ao ciclo de violência. Eles preferiram uma maneira de “evitar mais mortes e dor para outros pais”. Internamente, essa campanha de não violência encontra resistência dos dois lados. A câmera de Julia acompanha alguns momentos delicados, como a visita que Ali faz a um centro de reabilitação palestino onde estão vários jovens mutilados.


“Meu irmão veio passar as férias aqui, foi assassinado, e você vem falar em paz?”, reage o mais revoltado, vítima do ataque de um tanque: “Fiz 40 operações e tive que amputar a perna.” Outro mostra o rosto atravessado por uma cicatriz feita por míssil atirado sobre civis.


Um garoto que não deve ter mais de 13 anos parece irredutível: “Nós, árabes, não queremos a paz. Precisamos de resistência e de guerra.” Com paciência pedagógica, Ali vai contra-argumentando.


“Também um israelense”, explica, “pode alegar que seu filho de dez anos era um civil. Por que foi morto?” “Não sou diferente de você”, diz para o miniguerreiro, “estou resistindo também.


Mas a minha maneira de resistir é diferente.” Ali não esconde seus ressentimentos. “Não preciso amar os israelenses para buscar a paz com eles. Nunca vou perdoar o soldado que matou meu irmão.” Seu argumento mais forte é o da ineficácia da guerra. Depois de lembrar que “uma causa justa como a palestina é chamada de terrorismo — hoje temos que convencer o mundo que não somos isso” — ele afirma: “Há 56 anos, falamos sobre matar judeus e só andamos para trás. Vamos tentar mudar a tática pelo menos uma vez. Talvez dê certo.” O mesmo poderia ser dito por um israelense (continua).



Revista Veja - Edição 2124 05 de agosto de 2009


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