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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Israel x Gaza x Oriente Médio (274) .... Reação à direita mobiliza árabes israelenses

FSP (09/02/2009)


O enigma iraniano


EUA e Irã trocam recados preliminares, mas diálogo terá de aguardar até o pleito presidencial de junho no país persa


A TENTATIVA de retomada do diálogo entre Washington e Teerã obedece a um roteiro clássico. Representantes dos dois países emitem mensagens preliminares para o outro lado em fóruns internacionais -sem prejuízo de ensaiarem, em outro plano, aproximações secretas.


O itinerário foi seguido durante a 45ª Conferência de Segurança de Munique, encontro de autoridades e especialistas em defesa, encerrado ontem na capital da Baviera. Na sexta, o representante iraniano elogiou o governo Obama por ter nomeado um enviado especial, o senador George Mitchell, para mediar o conflito israelo-palestino. No dia seguinte, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, devolveu o recado.


Uma "détente" entre a Casa Branca e o regime dos aiatolás, que acumulam 30 anos de ruptura e hostilidade, seria um acontecimento capaz de desarmar espíritos ao longo do chamado grande Oriente Médio. O Irã incentiva e patrocina grupos e milícias fundamentalistas que fustigam Israel -caso dos xiitas do Hizbollah, no Líbano, e do Hamas nos territórios palestinos.


Uma distensão entre Irã e EUA também ajudaria a consolidar a transição política no Iraque, de maioria xiita como o Irã.


A normalização das relações entre Washington e Teerã depende sobretudo de como as duas partes vão lidar com o tema do programa nuclear iraniano. O Irã, signatário do Tratado de Não-Proliferação, sustenta seu direito de desenvolver um projeto para fins pacíficos.


É bastante provável, entretanto, que a elite do regime xiita tenha a ambição secreta de produzir um arsenal atômico. Na região em que está inserido o Irã, há três potências nucleares: Israel, Paquistão e Índia, em ordem decrescente de hostilidade em relação a Teerã.


Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, o Irã está prestes a implantar mais uma unidade de produção de combustível nuclear. Serão 3.000 novas centrífugas -atualmente, há 3.800 em funcionamento, além de 2.200 em fase de instalação. Mas a agência da ONU não detectou níveis de enriquecimento de urânio acima dos 5%, compatíveis com um programa para geração de energia elétrica.


A fim de produzir uma bomba, é preciso enriquecer o minério a 90%, dominar a tecnologia para colocá-lo numa ogiva e detoná-la e dispor de mísseis capazes de transportá-la. Segundo o chefe da AIEA, o Irã levaria no mínimo mais dois anos para chegar a esse estágio. Haveria tempo suficiente para negociar com Teerã.


Mas a efetivação da ambiciosa agenda de aproximação com o Irã terá de esperar até junho, quando haverá eleições presidenciais no país persa. Preocupada com os efeitos da crise econômica doméstica, decorrência da queda no preço do petróleo, a linha dura representada por Mahmoud Ahmadinejad, que tentará a reeleição, promove campanha para intimidar e reprimir as forças reformistas.


A confirmação, ontem, de que o ex-presidente Mohammad Khatami será o principal candidato moderado deverá acirrar ainda mais os ânimos dos radicais que estão no poder.



Reação à direita mobiliza árabes israelenses


Minoria da população, grupo entrou no centro do debate político no país com ascensão de partido radical


MARCELO NINIO

ENVIADO ESPECIAL A NAZARÉ (ISRAEL)


Numa campanha sem eixo definido, em que a troca de acusações substituiu a polarização de outros anos em torno das futuras fronteiras do país, a eleição de amanhã em Israel acabou trazendo para o centro do debate político uma parcela da população que sempre se considerou marginalizada.


Não é exatamente uma boa notícia para os cidadãos árabes de Israel, que formam 20% da população do país. O que os colocou em evidência foi o maior fenômeno desta eleição, o partido de ultradireita Israel Beitenu (Israel Nossa Casa), acusado por muitos de racismo.


Com uma campanha baseada na desconfiança em relação aos árabes, o partido teve ascensão fulminante nas pesquisas e pode se tornar a terceira força política de Israel. Entre as propostas de seu líder, o controvertido Avigdor Liberman, está a aplicação de um "teste de lealdade" para a concessão de cidadania israelense e a transferência de cidades de maioria árabe para controle palestino.


Uma dessas cidades seria Um el-Fahm, no norte de Israel, cuja população de pouco mais de 40 mil habitantes ontem estava bem mais mobilizada do que em eleições passadas, com bandeiras, cartazes e ativistas nas ruas. Algo raro nas cidades judias de Israel, onde o marasmo marcou a campanha.


"É o efeito Liberman", diz Abed el Latif, coordenador do partido Hadash, diante de um enorme pôster de Che Guevara. O partido, que une a ideologia comunista à defesa da coexistência entre árabes e judeus, aposta na mobilização contra Liberman para sacudir a indiferença e aumentar sua representação atual, de três deputados no Parlamento.


Não é uma tarefa fácil. Desde a eleição do primeiro Parlamento, um ano depois da fundação de Israel, sempre houve deputados árabes (hoje são sete), mas muitos acham que eles nunca conseguiram melhorar a situação da minoria.


"Não vou votar", diz Walid, dono de um frigorífico em Um el Fahm, que o fez pela última vez em 1992, para apoiar o trabalhista Yitzhak Rabin. "Votar num Parlamento que não quer minha presença no país seria aceitar a humilhação."


Há poucas semanas, por iniciativa do partido de Liberman, a comissão eleitoral do Parlamento aprovou projeto para banir os partidos árabes da eleição. A decisão foi derrubada pela Suprema Corte, mas aumentou a amargura da minoria árabe de Israel, composta dos palestinos que ficaram dentro do país fundado em 1948.


A integração nunca foi satisfatória para nenhum dos lados. Os árabes reclamam que são discriminados, enquanto o Israel Beitenu e outros partidos da direita israelense os acusam de não ter os mesmos deveres, como servir no Exército.


"A cada ano damos mais um passo para trás na integração", lamenta Shadi Zbidad, ex-atacante do Bnei Sakhnin, que em 2004 se tornou o primeiro time de futebol árabe a conquistar a Copa de Israel.
Mas há algumas histórias de integração bem-sucedida. Bishara Saleh, árabe cristão de Nazaré, sente-se agradecido ao Estado, que pagou as despesas de uma cirurgia cardíaca que salvou sua vida e lhe dá uma pensão todo mês por invalidez.


Saleh está decidido: vai votar no Kadima, partido centrista da chanceler Tzipi Livni. "Sou israelense, e acho que ela é o melhor para o meu país."



UOL Internacional / Mídia Global

  • Le Monde Diplomatique (05/02/2009): A visão sagrada de Israel
  • The NYT New Service (04/02/2009): Max Boot: não há espaço para Israel sob a proteção nuclear americana: Agora que acabou a guerra em Gaza, os líderes israelenses e americanos devem desviar sua atenção do Hamas para a ameaça maior daqueles que o apóiam em Teerã. Uma reportagem do "Haaretz", o principal jornal de Israel, sugere que a equipe de Obama pode considerar estender a proteção nuclear americana a Israel, para o caso do Irã se tornar uma potência nuclear. Esta idéia foi apresentada em abril pelo colunista Charles Krauthammer e adotada por Hillary Clinton, que declarou quando ainda era candidata presidencial que se o Irã atacasse Israel, "nós poderíamos destruí-los totalmente". >>> Leia mais, clique aqui.


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09/02/2009


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