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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Brasil propõe paliativo a relatório sobre Gaza


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Destaque

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O Globo (15/10/2009)

Fatah assina acordo unilateral com Hamas: Proposta de reconciliação, mediada pelo Egito, ainda não foi aceita pelo grupo radical islâmico

Renata Malkes Especial para O GLOBO


JERUSALÉM. Em mais uma tentativa de acabar com a cisão que rachou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, o partido Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, assinou unilateralmente ontem uma proposta de reconciliação com o grupo radical islâmico Hamas. O acordo, mediado pelo Egito, prevê o restabelecimento dos contatos mediante a libertação de presos políticos das duas facções e a criação de um novo sistema eleitoral visando às eleições para a presidência da ANP, em junho.


Apesar das pressões egípcias, o Hamas ainda não decidiu se assina o documento e põe fim a dois anos de crise política iniciada quando o grupo rompeu o governo de união nacional, em 2007, e tomou à força o poder em Gaza.


Um dos principais pontos da proposta é o retorno à Faixa de Gaza de pelo menos três mil afiliados do Fatah, membros das forças de segurança, expulsos durante o golpe militar que levou o movimento islâmico ao poder. Na Cisjordânia, espera-se que um dos líderes do Fatah, Azzam al-Ahmed, viaje ao Cairo ainda hoje para entregar o documento.


Em Gaza, fontes ligadas ao Hamas demonstram pouco entusiasmo pelo acordo. O líder local do grupo, Ismail Haniyeh, voltou a atacar Abbas e a ANP num encontro com parentes de vítimas da invasão israelense, que devastou a região em janeiro.


Analistas acreditam que o líder político do Hamas, Khaled Meshaal, exilado em Damasco, tenha concordado com os termos do acordo, mas o portavoz do grupo, Fawzi Barhoum, garantiu que o Hamas não vai assinar nada sob pressão.


— Muitas coisas aconteceram nas últimas semanas e o relatório do comitê Goldstone sobre a guerra em Gaza ainda está abalando qualquer tomada de decisões — disse Barhoum.


Segundo o cronograma egípcio, se o Hamas aderir ao acordo, outras facções palestinas de menor porte terão até o próximo dia 20 para acatar a decisão e todas as partes selariam o acordo final numa cerimônia realizada no Cairo durante os festejos do feriado muçulmano do Eid Al Adha, no início de novembro.


Depois de meses de mediação e tentativas frustradas de entendimento, o Hamas pedira a suspensão das negociações semana passada. A medida foi um protesto à decisão do presidente Mahmoud Abbas de pedir ao Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU o adiamento do debate sobre o relatório do juiz sul-africano Richard Goldstone sobre crimes de guerra cometidos por Israel e pelo próprio Hamas durante o conflito em Gaza.


Premier palestino não aceita Estado ‘Mickey Mouse’ Numa sessão especial solicitada pelos palestinos, o CDH se reúne hoje em Genebra para debater as conclusões do relatório de 575 páginas elaborado por Goldstone. Além da tensão interna, fontes ligadas à presidência palestina afirmam que todas as esperanças depositadas no presidente americano, Barack Obama, evaporaram. Acusando a Casa Branca de não conseguir traçar metas concretas para a retomada das negociações com Israel, o premier palestino, Salam Fayyad, disse ontem em Ramallah que os palestinos jamais aceitarão um “Estado fictício”, idealizado pelo premier israelense, Benjamin Netanyahu.


— Não vamos ser pressionados a aceitar um Estado Mickey Mouse. Se é isso que quer Netanyahu, o processo de paz seguirá estagnado — afirmou Fayyad.



FSP (15/10/2009)

Brasil propõe paliativo a relatório sobre Gaza


País defende investigações sobre crimes de guerra, mas não quer que texto seja enviado a Conselho de Segurança nem a corte internacional


Argumentos são defesa do processo de paz na região e risco de bloqueio dos EUA a aprovação do texto, crítico a Israel e ao Hamas, no CS


JANAINA LAGE

DE NOVA YORK


O Brasil defenderá hoje em sessão especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra uma adoção intermediária das recomendações do relatório com investigações lideradas pelo juiz Richard Goldstone sobre o conflito na faixa de Gaza no início do ano. O documento afirma que Israel e grupos armados palestinos cometeram crimes de guerra e, possivelmente, crimes contra a humanidade.


O Brasil endossa o relatório e defende que sejam feitas investigações sobre a conduta das duas partes no conflito. Na avaliação do país, no entanto, o informe não deve ser enviado para o Conselho de Segurança da ONU (CS) e nem para o Tribunal Penal Internacional (TPI), como propõe o documento.


"O relatório é um documento sério. O governo brasileiro avalia que uma escalada dessa proporção, enviar o relatório para o Conselho de Segurança e para o TPI, pode desestabilizar as conversas de paz em curso na região", afirma a embaixadora do Brasil nas Nações Unidas em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevedo.


A posição do Brasil visa fortalecer o Conselho de Direitos Humanos. No CS há um risco maior de que o documento seja derrubado pelos EUA, aliados históricos de Israel.


O relatório deveria ter sido examinado durante as sessões regulares do Conselho de Direitos Humanos. Mas, no início do mês, a Autoridade Nacional Palestina (ANP), dirigida pelo Fatah, facção rival do Hamas, retirou o apoio ao relatório, cedendo à pressão dos EUA. O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, ameaçou deixar as conversas de paz se o relatório seguisse adiante.


O custo político dessa decisão para o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, foi elevado -tanto que um de seus auxiliares afirmou que a decisão foi um erro. Abbas passou a ser criticado na faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, e na Cisjordânia, controlada pela ANP. E tenta agora reverter a situação.


A reunião de hoje, e que deve continuar amanhã, é resultado de uma iniciativa dos palestinos, que obtiveram as 16 assinaturas necessárias para a realização do encontro especial.


Embora a resolução possa passar no Conselho de Direitos Humanos com 50% dos votos, os palestinos almejam maioria.


Em Nova York

Paralelamente, os palestinos iniciaram ontem o esforço para que o relatório seja aprovado de forma integral em uma reunião sobre Oriente Médio realizada no âmbito do CS em Nova York. A reunião estava marcada para o dia 20, mas foi antecipada para discutir o relatório.


Em discurso, a embaixadora Maria Luiza Viotti, chefe da representação brasileira em Nova York, afirmou que "a prioridade imediata deve ser sustentar a esperança do povo na região de que a paz é possível e que as negociações podem alcançar resultados".


O ministro das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina, Riyad al Maliki, definiu o relatório como "um chamado de despertar que não pode ser esquecido". Disse ter esperanças de obter a aprovação do Conselho de Direitos Humanos na reunião de hoje.


Para a embaixadora de Israel na ONU, Gabriela Shalev, o relatório "nega o direito de Israel de defender seu povo" e "favorece e legitima o terrorismo".


O vice-embaixador dos EUA na ONU, Alejandro Wolff, afirmou que os EUA veem com preocupação o foco desproporcional em Israel, que "tem condições de conduzir investigações, mas o Hamas não tem habilidade nem vontade de rever seu comportamento".


Wolff disse ainda que "as alegações de violação de direitos humanos não são matéria para ação do CS".



FSP online (15/10/2009)

  • Mundo
  • Oriente Médio
  • Livro de repórter da BBC retrata agonia no Oriente Médio: A repórter da BBC Brasil em Tel Aviv, Guila Flint, lança nesta quinta-feira em São Paulo o livro Miragem De Paz - Israel e Palestina, Processos E Retrocessos. A obra reúne textos da jornalista escritos entre 1995 e 2009 para a BBC Brasil e outros veículos da imprensa brasileira, como O Estado de S. Paulo, Carta Capital e Globonews. "Escolhi 315 textos de cerca de 5 mil. São entrevistas, análises, reportagens e boletins, uma variedade que cria dinamismo. Muitos capturam o calor do momento, trazendo personagens israelenses, palestinos e brasileiros", diz a repórter.
  • Jordânia prende 12 jovens por atirar em coral
  • Na ONU, EUA e aliados pressionam Israel a investigar crimes de guerra em Gaza: Em uma reunião especial do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), aliados ocidentais de Israel pressionaram nesta quarta-feira o país a investigar as acusações do relatório Goldstone sobre crimes de guerra ocorridos durante a ofensiva de dezembro e janeiro na faixa de Gaza. Israel, que esperava o apoio dos Estados Unidos contra o documento, disse que o relatório é uma perda de tempo para o conselho.


Estadão (15/10/2009)


CB (15/10/2009)


Terra (15/10/2009)


G1 (15/10/2009)


Último Segundo (15/10/2009)


Uol Internacional / Mídia Global (15/10/2009)


BBC Brasil (15/10/2009)


Aurora Digital (15/10/2009)


Pletz (14/10/2009)


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