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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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domingo, 10 de janeiro de 2010

Al Qaeda é como McDonald's, diz analista


Os artigos sobre Estudos Judaicos e Israel sempre atualizados você encontra aqui.



O Globo (10/01/2010)


Opinião – pág. 7


Pedagogia do ódio

Paulo Delgado


O relatório do secretário-geral das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos, civis e políticos na República Islâmica do Irã registra especial preocupação com a questão da liberdade naquele país, chama a atenção para violência e condena sua crescente evolução negativa.


Expressa profunda preocupação com as graves, permanentes e recorrentes violações relacionadas à, entre outros: (a) Tortura e tratamento ou punição cruel, desumano ou degradante, açoitamento e amputações; (b) Contínua e elevada incidência e aumento na taxa de execuções, execuções públicas e execuções de menores; (c) Apedrejamento como um método de execução dentro e fora das prisões; (d) Detenções, repressão, intimidação e condenação de mulheres que exercem seu direito de reunião pacífica e contínua discriminação contra mulheres e meninas; (e) Aumento da discriminação e outras violações de direitos humanos contra pessoas pertencentes a minorias religiosas, étnicas, linguísticas ou outras, reconhecidas ou não, incluindo, entre outros, árabes, azeris, baluchis, curdos, cristãos, judeus, sufis, muçulmanos sunitas e seus defensores, e, em particular, os ataques contra os bahá’ís e sua fé na mídia patrocinada pelo Estado. Há crescente evidência de esforços por parte do Estado para identificar, monitorar e prender arbitrariamente os bahá’ís, impedindo que seus membros frequentem universidades e se sustentem economicamente; (f) Em curso, restrições sistemáticas e graves da liberdade de reunião e associação pacífica e da liberdade de opinião e de expressão, impostas aos meios de comunicação, usuários da internet e sindicatos; aumento do assédio, intimidação e perseguição de opositores políticos, incluindo prisões e repressão violenta de líderes sindicais e sindicalistas; advogados, estudantes; (g) Sérias limitações e restrições à liberdade de religião, prisões arbitrárias, detenções por tempo indeterminado e longas sentenças de prisão para aqueles que exercem o seu direito de religião e crença; (h) Falha persistente em assegurar os direitos de defesa legal e violação dos direitos dos detidos, incluindo encarcerados sem acusação ou incomunicáveis.

Também manifesta preocupação especial com a resposta repressiva do governo após as eleições presidenciais de junho de 2009 e o aumento simultâneo das violações dos direitos humanos, incluindo, entre outros: (a) Assédio, intimidação e perseguição, prisão arbitrária, detenção ou desaparecimento, de membros da oposição e outros resultando em numerosas mortes e feridos; (b) Uso de violência e intimidação por milícias dirigidas pelo governo; (c) Julgamentos em massa negando o acesso à representação legal adequada, resultando em sentenças de pena de morte e de prisão longa; (d) Relatado uso de confissões forçadas e abuso de prisioneiros, estupro e tortura; (e) Elevação na taxa de execuções nos meses seguintes às eleições; (f) Restrições adicionais à liberdade de expressão, censura à imprensa e internet e encerramento forçado dos escritórios de várias organizações; (g) Prisão e detenção arbitrárias de funcionários de embaixadas estrangeiras em Teerã.


Insta o governo a respeitar integralmente as suas obrigações, na lei e na prática, em especial: (a) Eliminar amputações, açoitamento e outras formas de tortura e tratamento ou punição cruéis, desumanos ou degradantes; (b) Abolir as execuções públicas e outras execuções sumárias; (c) Abolir as execuções de menores; (d) Abolir o uso de apedrejamento como método de execução; (e) Eliminar todas as formas de discriminação e outras violações contra mulheres e meninas; (f) Eliminar todas as formas de discriminação e outras violações contra minorias religiosas, étnicas, linguísticas ou outras minorias, reconhecidas ou não; (g) Abster-se de vigiar indivíduos com base em suas crenças religiosas; abolir a intolerância religiosa; (h) Acabar com o assédio, a intimidação e perseguição de opositores políticos e intelectuais livres...

Mas a pedagogia do ódio não tem limites. Negar o Holocausto e fabricar a bomba atômica são instrumentos adicionais para dar maior alcance ao horror cujo relatório do secretáriogeral só descreve sua face nacional.


PAULO DELGADO é deputado federal (PTMG).

E-mail: paulodelgado@terra.com.br.



Sistema biométrico no combate ao terrorismo em Israel

País reforça segurança nos aeroportos e busca na tecnologia aliados para identificar a tempo ameaças a voos


Guila Flint Especial para O GLOBO


TEL AVIV. Depois do atentado fracassado ao avião da Delta Airlines nos Estados Unidos, autoridades israelenses elevaram o nível de alerta nos aeroportos do país, intensificando a revista das bagagens e os interrogatórios de milhares de passageiros durante o check in. A imprensa local observou que, após a tentativa de explodir o avião americano, se prolongou o tempo de espera nas filas do check no terminal de embarque do aeroporto internacional Ben Gurion.


Porta-vozes da companhia aérea israelense El Al e da Autoridade Aeroportuária negaram-se a dar entrevistas sobre questões de segurança. Para analistas ouvidos pelo GLOBO, os israelenses buscam na alta tecnologia novos aliados para identificar mais do que bombas ou substâncias químicas em bagagens e passageiros: o desafio deve ser identificar a intenção de se perpetrar um ato terrorista.


As medidas de segurança nos aeroportos israelenses sempre estiveram entre as mais severas do mundo devido à constante tensão política que põe o país na mira de grupos radicais islâmicos no Oriente Médio.


Especula-se ainda que El Al tenha sido a primeira companhia aérea a instalar um sistema antimísseis em aviões civis, depois que um grupo ligado à alQaeda tentou derrubar uma de seus aeronaves quando se preparava para aterrissar no aeroporto do Quênia, em 2002.


Para analistas, buscas devem ir além da bagagem Além dos exames da bagagem por equipamentos de raio-X, e dos passageiros por detectores de metais, nos aeroportos israelenses os viajantes são interrogados individualmente por agentes aeroportuários.


Já na década de 70, Israel introduziu medidas especiais de segurança em seus aeroportos, quando sofreu uma série de atentados terroristas. Desde então, medidas especiais foram adotadas ainda nos voos que entram e saem do país. Em vários aeroportos europeus, os voos para Israel saem de portões isolados, onde um procedimento de segurança especialmente severo é feito por israelenses.


Para Ehud Givon, diretor da Wecu, empresa que desenvolve novas tecnologias na área de segurança, o fato de o terrorista nigeriano ter conseguido embarcar portando explosivos no corpo prova que o processo de checagem atual é suficiente.


— Deve-se tentar detectar as intenções do indivíduo em vez de somente buscar armas junto ao corpo ou na bagagem — explicou o especialista.


A empresa criou um sistema chamado “We See You” (Estamos Te Vendo), capaz de detectar intenções através de sensores biométricos que operam à distância. O mecanismo começou a ser pesquisado e desenvolvido no início dos anos 2000, em meio à onda de atentadossuicidas contra civis israelenses durante a Intifada.

— Naquela época percebemos a necessidade de detectar os suspeitos a tempo de evitar os ataques. Por meios biométricos como medições da temperatura do corpo, pressão sanguínea e ritmo cardíaco, é possível identificar as intenções do indivíduo — garantiu Givon.


Outra companhia israelense, a Nemesysco, desenvolveu um sistema de análise de voz, como um detector de mentiras, que promete aumentar a eficácia dos interrogatórios nos terminais.



FSP (10/01/2010)


Al Qaeda é como McDonald's, diz analista

Para Olivier Roy, rede terrorista funciona como multinacional na qual comando é descentralizado por meio de franquias


Francês questiona novas medidas de segurança em aeroportos e alerta para aumento de ocidentais nas fileiras extremistas do islã


SAMY ADGHIRNI

DA REPORTAGEM LOCAL


Hoje fincada nos confins do Iêmen, a rede terrorista Al Qaeda funciona como uma multinacional cosmopolita na qual os integrantes têm ampla autonomia para executar as ordens da cúpula, ainda comandada pelos fundadores Osama bin Laden e Ayman Al Zawahiri.


A avaliação é do cientista político e filósofo francês Olivier Roy, especialista em terrorismo islâmico e professor no Instituto Universitário Europeu de Florença (Itália).


Roy disse à Folha, em entrevista por telefone, que as novas regras de segurança nos aeroportos só servem para acalmar a população.


FOLHA - Quem são as pessoas que integram a Al Qaeda no Iêmen?

OLIVIER ROY - As mesmas que estiveram no Paquistão, na Somália, na Bósnia etc. São pessoas de origem variada. Há ocidentais, africanos, argelinos. Eles não querem criar um Estado islâmico no Iêmen nem estão lá por causa da política iemenita. Estão lá porque acharam apoio local e um santuário para preparar seus planos.


FOLHA - As potências ocidentais podem ser consideradas culpadas, por não terem previsto que o Iêmen se tornaria um santuário terrorista?

ROY - Sofremos a herança dos anos Bush, nos quais a "guerra ao terror" era vista em termos territoriais. O Afeganistão e o Iraque foram invadidos, mas é um erro pensar o problema em termos de controle de território, pois trata-se de organizações não territoriais. O que funciona é a coleta de informações de inteligência. No caso do nigeriano, as autoridades tinham a informação, o problema foi o tratamento dos dados.


FOLHA - A Al Qaeda é uma organização com comando centralizado ou o nome é um carimbo adotado por vários grupos pelo mundo?

ROY - As duas coisas. A Al Qaeda é uma empresa moderna na qual há um núcleo de liderança e uma grande flexibilidade descentralizada na execução. A maioria dos terroristas tem vínculos, mesmo que só pela internet, com o centro de comando. A rede se parece mais com um sistema de franquia, uma espécie de McDonald's.
A Al Qaeda hoje tem menos capacidade de cometer grandes atentados. Por isso ela aposta em ações individuais.


FOLHA - Bin Laden e Al Zawahiri ainda estão no comando? Por que eles não foram capturados?

ROY - Parece que ainda estão no comando, sim. Eles não foram pegos porque atuam com maestria em dois níveis: o ultramodernismo das novas tecnologias e o tribalismo arcaico, no qual as relações interpessoais são muito importantes.

Enquanto Saddam Hussein foi vendido rapidamente, nas áreas tribais pashtuns não se tem o hábito de dedurar, nem mediante pagamento. É provável que ainda estejam na fronteira Paquistão-Afeganistão.


FOLHA - As medidas de segurança que estão sendo tomadas em aeroportos do Ocidente são eficientes?

ROY - Duvido. Essas medidas servem principalmente para satisfazer a opinião pública. Trata-se de gesticulação mais do que política concreta. E aí há uma contradição. Por um lado, a opinião pública quer mais segurança, do outro, ela quer mais facilidades para viajar.


FOLHA - O terrorismo islâmico é um produto da má integração dos muçulmanos no Ocidente?

ROY - Não. Os membros da Al Qaeda estão plenamente integrados às sociedades onde vivem. São pessoas que têm diplomas, empregos razoáveis. E ao menos 20% dos integrantes da Al Qaeda são ocidentais convertidos. Precisamos abrir os olhos para esse fenômeno maciço. Um americano branco da Carolina do Norte chamado Daniel Patrick Boyd acaba de ser julgado no Paquistão por tentativa de atentado.


FOLHA - Por que alguns ocidentais se sentem atraídos pela Al Qaeda?

ROY - Se deixarmos de lado o Corão e pensarmos em termos de anti-imperialismo, veremos que a Al Qaeda é a sucessora de Che Guevara e do Baader-Meinhof [grupo guerrilheiro alemão]. A mulher do terrorista jordaniano, que matou recentemente sete agentes da CIA no Afeganistão, acaba de compará-lo ao Che. Aos olhos da extrema esquerda romântica a comparação com o Che é uma blasfêmia, mas em termos estruturais são muito próximos.

Quem sustenta a ideia de que o maior problema do mundo é o imperialismo dos EUA? Bin Laden. Quem apela ao levante dos jovens e ao conflito de gerações? Bin Laden. A busca da morte em ação de um guerrilheiro romântico é o mesmo modelo do suicida da Al Qaeda.



FSP online (10/01/2010)


Estadão (10/01/2010)


ZH (10/01/2010)


Terra (10/01/2010)


G1 (10/01/2010)


Último Segundo (10/01/2010)


Uol Internacional / Mídia Global (10/01/2010)


IHU (10/01/2010)

  • Al Qaeda é como McDonald's, diz analista: Hoje fincada nos confins do Iêmen, a rede terrorista Al Qaeda funciona como uma multinacional cosmopolita na qual os integrantes têm ampla autonomia para executar as ordens da cúpula, ainda comandada pelos fundadores Osama bin Laden e Ayman Al Zawahiri. A entrevista é de Samy Adghirni e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 10-01-2010.
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