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O Globo (21/02/2010)
Israel discute separação de homens e mulheres em ônibus públicos
Ministro dos Transportes defende segregação lançada por ultraortodoxos
Guila Flint
Especial para O GLOBO
TEL AVIV. O ministro israelense dos Transportes, Israel Katz, defendeu perante a Suprema Corte de Justiça a existência de ônibus, principalmente destinados ao setor ultraortodoxo da população, nos quais é praticada a separação entre homens e mulheres.
Essas linhas de ônibus, onde os homens sentam na frente e as mulheres na parte traseira, existem em todas as grandes concentrações de ultraortodoxos, principalmente nas cidades de Jerusalém, Bnei Brak e Beit Shemesh e nos assentamentos de Emanuel e Kiriat Sefer, na Cisjordânia.
A prática foi iniciativa de rabinos ultraortodoxos que instituíram linhas particulares onde a separação era mantida para "preservar a decência", mas acabou sendo adotada pelas grandes empresas públicas de transporte.
Em resposta a um recurso apresentado à Corte pelo Centro de Pluralismo Judaico, que protestou contra a segregação e humilhação das mulheres em 56 linhas de ônibus, o ministro declarou que a prática deve continuar e defendeu a colocação de placas nos Ônibus "explicando às pessoas onde devem sentar, porém destacando que isso não é obrigatório".
A porta-voz do Ministério dos Transportes, Ora Salomon, disse ao GLOBO que o governo "precisa levar em consideração as preferências dessa população (a ultraortodoxa), deixando claro que se trata de uma separação voluntária".
De acordo com a advogada do Centro de Pluralismo Judaico Einat Horowitz, o apoio do governo à separação nos ônibus "é mais um sinal da deterioração da sociedade israelense na direção fundamentalista".
— Recebemos muitas reclamações de mulheres que foram agredidas e humilhadas pelos outros passageiros quando se negaram a sentar na parte traseira do ônibus — disse a advogada ao GLOBO.
Embora seja ortodoxa, a escritora Nomi Regan se negou a sentar-se na parte traseira de um ônibus e relatou agressões por parte dos outros passageiros. De acordo com Einat, há também uma pressão de caráter econômico para que as mulheres se submetam à separação nos ônibus.
— Esses ônibus são muito mais baratos — disse Horowitz, lembrando que a passagem de Jerusalém a Haifa, que nos Ônibus normais custa 44 shekels (o equivalente a cerca de R$ 22), nos ônibus especiais custa apenas 27 shekels (R$ 13,5).
Eti Sorojun é uma mulher secular que mora na cidade de Bat Yam, onde os ultraortodoxos são minoria.
Eti enviou uma queixa a uma das maiores empresas de transporte público de Israel, a Dan, depois que foi agredida por um passageiro ultraortodoxo quando tentou sentar ao lado dele. A Suprema Corte deverá anunciar sua decisão sobre essa questão dentro dos próximos meses.
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- Gustvo Chacra (20/02/2010): Nunca vi um muçulmano ou um árabe elogiar a Al Qaeda: Já estive em sete países árabes, sem falar na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Conversei com pessoas de todas as faixas etárias e condições econômicas. Também falei com muçulmanos e árabes no Brasil e nos EUA, onde vivo atualmente. Não sou destes jornalistas que apenas leem o que outros escrevem, sem ir para o campo trabalhar, escutar, entrevistar, observar. E, em todo este tempo, jamais vi alguém elogiar a Al Qaeda. Todos consideram a rede terrorista maléfica para os muçulmanos, apenas prejudicando a imagem do islã. O mesmo ocorre em editoriais de jornais na região. Todos condenam os seguidores de Bin Laden pela mortes de dezenas de milhares de muçulmanos no Iraque e no Afeganistão. A Al Qaeda é uma organização marginal, combatida por todos os governos de países islâmicos do mundo. Desde a queda do Taleban, ninguém apóia este grupo. Aliás, até mesmo no Líbano, e agora no Yemen, estes terroristas foram combatidos duramente. Esta história de choque de civilizações é imbecil. O islã não está em guerra com o ocidente. Apenas um grupo marginal, que se denomina Al Qaeda, realiza operações tanto contra países ocidentais como contra países muçulmanos. A Guerra do Iraque não foi uma guerra do ocidente contra islamismo, já que Saddam Hussein liderava um regime secular – seu vice, Tariq Aziz, era cristão. O Taleban realmente seguia uma corrente radical do islamismo, que não representa de forma alguma o pensamento da maioria da população islâmica. E, para completar, o Taleban não atacou o ocidente antes, mas deu guarida a membros da Al Qaeda. Lembro que, no entanto, a maior parte dos responsáveis pelo 11 de Setembro moravam no dito ocidente. >>> Leia mais, clique aqui.
- Marcos Guterman (20/02/2010: E o terrorismo venceu no Irã: A oposição iraniana desistiu. Diante do terrorismo praticado pelo governo contra os dissidentes, que inclui espancamento, censura à internet e execução de presos políticos, pouca gente se dispõe a engrossar os protestos cada vez mais raros contra o regime dos aiatolás. “Acabou. Nossa única opção é deixar o país”, disse um estudante ao Washington Post. Resta saber quanto tempo mais o Brasil, cuja diplomacia quase sempre se pautou pela defesa de valores humanísticos, vai continuar considerando o Irã como um “sócio”, sem criticar as evidentes violações praticadas no país.
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