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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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domingo, 14 de março de 2010

Moderador improvável: favorecido por palestinos, papel do Brasil no processo de paz é visto com ceticismo por Israel

Os artigos sobre Estudos Judaicos e Israel sempre atualizados você encontra aqui.



Destaque 1


Destaque 2


O Globo (14/03/2010)


Página 38

JB (14/03/2010)

página 25




FSP (14/03/2010)

  • Lula visita Oriente Médio em momento tenso: MARCELO NINIO. DE JERUSALÉM. Numa apresentação do Quinteto Villa-Lobos ocorrida há poucos dias em Jerusalém, um jovem casal israelense se surpreendeu ao ver cinco circunspectos músicos de aparência europeia subir no palco para executar peças clássicas de compositores brasileiros. "Quem são esses cinco alemães?", cochichou a moça com seu acompanhante, refletindo a imagem de exotismo que o Brasil ainda tem entre a maioria de israelenses e palestinos. No mesmo dia, na cidade palestina de Ramallah, um grupo de jovens jogava cartas no Café Brasil, um estabelecimento aberto em 1956, e duvidava da capacidade brasileira de ter influência na região. "Só se for no futebol", brincou um deles. Quando desembarcar hoje em Israel para uma curta visita à região, que incluirá ainda territórios palestinos e Jordânia, o presidente Lula terá a chance de moldar essa imagem a seu favor e mostrar que o Brasil adquiriu peso suficiente na arena mundial para ter voz ativa também nos conflitos mais espinhosos do planeta. Lula chega numa semana excepcionalmente quente, em que os termômetros devem rodear 30 graus em pleno inverno, e na qual Jerusalém será mais uma vez foco de tensões políticas. Na sexta-feira, Israel decretou bloqueio de 48 horas à Cisjordânia e colocou 3.000 policiais dentro e em volta da cidade velha de Jerusalém. A batalha pela cidade se acirrou recentemente, com um movimento coordenado entre grupos palestinos de concentrar em Jerusalém os protestos contra a ocupação israelense da Cisjordânia. Na última semana, o anúncio de que Israel irá construir mais 1.600 casas em Jerusalém Oriental, território em que os palestinos pretendem instalar um dia a capital de seu Estado, travou mais uma tentativa de retomar o processo de paz. Além disso, criou um grande constrangimento para o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que visitava Israel no dia em que as polêmicas novas construções foram anunciadas. Irritado por ver desmoronar o esforço americano de reiniciar as negociações, Biden fez duras críticas públicas a Israel, num tom raramente visto nas íntimas relações entre os dois países. Lula, portanto, começa a primeira visita de um presidente brasileiro à Terra Santa sob um clima de intenso pessimismo e desconfiança. Em Israel, territórios palestinos e Jordânia, será a primeira chance que o presidente terá de explicar a posição do Brasil sobre o conflito árabe-israelense exatamente em seu epicentro. Um outro assunto que estará no alto da agenda é o Irã, sobretudo na parte israelense da visita. Na sexta-feira, o jornal "Haaretz" publicou uma elogiosa reportagem sobre o presidente, a quem chamou de "o profeta do diálogo", mas a maioria dos israelenses condena a insistência brasileira em dar uma chance ao Irã.
  • Nos esforçaremos para convencer do perigo do Irã, afirma israelense
  • Brasileiro se credenciou a ter papel relevante na região, diz palestino
  • Diário reconstitui viagem de D. Pedro 2º
  • Oriente Médio: Palestinas enfrentam tropas israelenses em Jerusalém
  • Antigo reduto da Al Qaeda, Samarra vive decadência



Nos esforçaremos para convencer do perigo do Irã, afirma israelense


Israel espera que o Brasil tenha uma política "mais equilibrada" em relação ao Oriente Médio, diz a diretora para a América Latina do Ministério das Relações Exteriores israelense, Dorit Shavit. E se o governo brasileiro tem mesmo pretensões de ajudar a solucionar o conflito, é hora de apresentar suas ideias, diz ela. (MN)


FOLHA - O Brasil resiste a apoiar a pressão ao Irã. Lula pode ser convencido a mudar de posição?

DORIT SHAVIT - Certamente nos esforçaremos para que isso aconteça. Todas as pessoas com quem o presidente Lula conversará em Israel falarão sobre o perigo iraniano. Os indícios são de que o Irã desenvolve não só um programa nuclear, mas armas atômicas. Diremos que, se os iranianos obtiverem armas atômicas, eles ameaçarão todo o Oriente Médio e o mundo, porque terá início uma corrida armamentista regional.


FOLHA - Que mal há em defender o diálogo, como faz o Brasil?

SHAVIT - O presidente Lula recebeu [o presidente iraniano] Ahmadinejad em Brasília, pretende ir a Teerã em breve e continua defendendo o engajamento, mas até agora não vimos nenhuma vontade do Irã de se engajar. O tempo passa e o regime iraniano concentra todos os seus esforços em seu programa atômico, anuncia novas centrífugas e esconde suas atividades da AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica]. Está claro que, por trás disso tudo, não há intenções pacíficas.


FOLHA - Em relação à negociação com os palestinos, como é possível avançar enquanto Israel mantém a ampliação de assentamentos?

SHAVIT - Os palestinos não aceitaram o plano de partilha da ONU (1947), e naquela época não havia nenhum assentamento. Não acho que os assentamentos sejam um obstáculo à paz. Quando Israel assinou o acordo com o Egito, se retirou de todos os assentamentos. Quando decidiu sair de Gaza, fez o mesmo. Se e quando chegarmos a um acordo com os palestinos, também teremos que decidir qual será o destino dos assentamentos na Cisjordânia. O governo decidiu congelar a construção nos assentamentos na Cisjordânia por dez meses, mas deixou claro que isso não inclui Jerusalém, que é território israelense.


FOLHA - O Brasil pode ter um papel relevante?

SHAVIT - O presidente Lula afirma que é preciso introduzir novos atores para gerar novas ideias. Nós estamos esperando, quem sabe o Brasil virá com uma ideia que ninguém pensou antes? Mas é preciso lembrar que a situação é muito complexa e não se parece com os conflitos na América Latina.


FOLHA - Apesar de sua aproximação com o mundo árabe, o Brasil pode ser um mediador neutro?

SHAVIT - A visita do presidente Lula tem como objetivo fortalecer a relação bilateral entre Brasil e Israel. Ficamos felizes em saber que o Brasil concluiu a ratificação do acordo de livre comércio entre Israel e o Mercosul, que entrará em vigor no início de abril. Nosso objetivo nesta visita é fortalecer as relações e gerar mais equilíbrio.


FOLHA - Que tipo de influência o Brasil deveria ter?

SHAVIT - Gostaríamos que o Brasil tivesse uma política mais equilibrada. Nós reconhecemos a influência e o peso do Brasil não só na América Latina, e um dos objetivos da diplomacia israelense nos próximos anos é a aproximação com os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). Seria bom que houvesse mais cooperação do Brasil na área de segurança. A penetração do Irã na América Latina nos preocupa muito. Não podemos esquecer que o Irã foi responsável pelos dois atentados contra a comunidade judaica argentina nos anos 90 e até hoje ninguém foi preso, julgado ou condenado.



Brasileiro se credenciou a ter papel relevante na região, diz palestino


DE JERUSALÉM

É difícil encontrar alguém com tanta quilometragem nas negociações de paz com Israel como Nabil Shaath, que foi o primeiro chanceler palestino e continua sendo um dos principais estrategistas da ANP (Autoridade Nacional Palestina). Para Shaath, a liderança mundial conquistada pelo presidente Lula, principalmente entre os países em desenvolvimento, dá ao Brasil um papel quase natural no processo de paz do Oriente Médio. (MN)


FOLHA - O Brasil pode ter um papel relevante na solução do conflito?

NABIL SHAATH - O presidente Lula é a primeira personalidade brasileira conhecida nesta parte do mundo depois do Pelé. Lula criou para si uma imagem nesta parte do mundo que levou o Brasil a ocupar as mentes e a imaginação das pessoas. Em 2004, eu sugeri ao presidente Lula que o Brasil deveria fortalecer as relações com Índia, África do Sul e outros países emergentes para criar um novo sul. Disse a Lula que o Brasil tinha aliados importantes na África, na Ásia e no mundo árabe e que dentro da política sul-sul, a questão palestina assumiria um lugar central. Desde então o presidente Lula fez muito para construir sua imagem como líder do sul, obteve estabilidade econômica e, ao mesmo tempo, manteve a luta contra a pobreza. Sem dúvida isso tudo o credenciou a ter um papel mundial relevante, com peso também no Oriente Médio.


FOLHA - Muito tem se falado em uma nova intifada (revolta palestina). Estamos à beira de mais uma onda de violência?

SHAATH - Eu asseguro a você que nós não vamos voltar à luta armada, embora tenhamos esse direito. A ocupação israelense de nosso país é violenta, é ilegal, e nós temos o direito de lutar. Mas essa não é a nossa única opção. A África do Sul forçou o regime do apartheid a se render com uma campanha internacional de boicote. Nossa estratégia inclui a resistência popular não violenta em todos os lugares, sobretudo Jerusalém.


FOLHA - Atos terroristas cometidos contra Israel foram um erro que prejudicou a causa palestina?

SHAATH - A lei internacional permite a luta contra a ocupação, mas não atingir civis. E toda a campanha do Hamas foi baseada em atentados suicidas contra civis. Eles criaram uma imagem muito ruim para nós. Mas a luta armada que fizemos na Jordânia, na Síria e no Líbano funcionou. A primeira vez em que a questão palestina foi discutida politicamente foi num discurso que eu escrevi para Iasser Arafat pronunciar na ONU, em 1974. Isso não teria sido possível sem a luta armada iniciada em 1965. A segunda intifada [2000] começou não violenta, mas os israelenses empurraram os palestinos a retribuir. Coincidiu com o 11 de Setembro, e fomos imediatamente acusados de terrorismo, o que justificou o cerco a Arafat e seu assassinato por Israel.


FOLHA - Assassinato?

SHAATH - Não sabemos quem colocou o veneno, mas não temos dúvidas de que foi assassinato. O boletim médico francês claramente aponta para um material tóxico.


FOLHA - Com o impasse no processo de paz, alguns palestinos têm sugerido a dissolução da Autoridade Nacional Palestina. Por quê?

SHAATH - Por desespero. É também uma estratégia para forçar Israel a assumir suas responsabilidades segundo a Convenção de Genebra. Há 18 anos negociamos a retirada da Cisjordânia e de Gaza, e nesse tempo cada centímetro de nosso território foi reocupado.


FOLHA - Israel acusa os palestinos de recusar propostas que poderiam resultar num acordo.

SHAATH - Quando? Eu estive em todas as negociações. Os israelenses nunca realmente aceitaram voltar às fronteiras de 1967 e permitir um Estado palestino soberano.



FSP online (14/03/2010)


Estadão (14/03/2010)


CB (14/03/2010)


GP (14/03/2010)


Paraná online (14/03/2010)


Terra (14/03/2010)


G1 (14/03/2010)


Último Segundo (14/03/2010)


Uol Internacional / Mídia Global (14/03/2010)


IHU (14/03/2010)

  • Teólogo argentino e o ensino da Bíblia: Devido a um longo conflito com o Vaticano, o sacerdote e renomado biblista Ariel Alvarez Valdés decidiu deixar o ministério sacerdotal "para poder me dedicar à Bíblia e ensinar sem pressões a Palavra de Deus", segundo disse o religioso. Há 15 anos, Alvarez Valdés vem mantendo um debate com Roma devido a algumas afirmações que fez em seus livros e que foram observadas pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé por meio do então secretário, Tarcisio Bertone. A reportagem é do sítio Religión Digital, 13-03-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto. >>> Leia mais, clique aqui.


BBC Brasil (14/03/2010)


Aurora Digital (14/03/2010)


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13/03/2010

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10/03/2010



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