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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Israel x Gaza x Oriente Médio (248) .... A verdadeira face do Hamas

Reinaldo Azevedo (05/02/2009)

O HAMAS, O ROUBO DE SUPRIMENTOS E O DINHEIRO


E não é que os humanistas do Hamas saquearam e se apropriaram de parte da ajuda humanitária que seria destinada à população civil da Faixa de Gaza? Não! Não é uma denúncia veiculada por Israel — a exemplo das notícias anti-Israel, que costumam ter o Hamas como fonte. É a própria ONU, insuspeita de simpatia pelos israelenses, quem acusa o roubo. No Jornal da Globo, que vi na Internet, aparecem o representante das Nações Unidas a acusar o golpe e um, como direi?, bando de ditos governantes do Hamas a afirmar que tudo não passa, claro, de uma conspiração. Mas não negam o roubo. Apenas afirmam o seu direito de fazê-lo. Ora, por que não? Eles dipõem da vida das pessoas. Por que não vão pegar cobertores?


Há dois dias, publiquei aqui a informação de que o Brasil pretende doar R$ 10 milhões para a recuperação de Gaza — já enviou toneladas de alimentos. Fiz um comentário que acabou ficando, por distração minha, no rascunho. Afirmava que o dinheiro teria um de dois destinos possíveis — a menos que fosse gerenciado por um comitê internacional: se caísse nas mãos do Fatah, iria parar na Suíça, na forma de depósito secreto; se caísse nas mãos do Hamas, iria parar no Sul de Israel, na forma de foguetes.



O Globo, Opinião, página 7, em 05/02/2009.


A verdadeira face do Hamas

Giora Becher


Algumas semanas após o cessarfogo unilateral declarado por Israel, a verdadeira face do controle do Hamas sobre Gaza começa a se revelar. Apesar dos esforços do grupo em esconder as provas sobre os eventos, as evidências dos crimes de guerra praticados por eles, seu exagero sobre o número de vítimas civis e danos às propriedades, seu abuso da ajuda humanitária e sua intimidação aos residentes de Gaza estão finalmente vindo à tona.


Todos lembramos do choque que sentimos ao ler sobre mais de 40 pessoas mortas, inclusive crianças, no ataque israelense à escola das Nações Unidas no campo de refugiados de Jabalya.


Patrick Martin, do jornal canadense “Globe and Mail”, descobriu que não houve nenhum ataque à escola ou suas instalações. Ele escreve: “A história como gravada na memória das pessoas não era bem acurada. Evidências físicas e entrevistas com várias testemunhas oculares clarificam tudo. Enquanto algumas pessoas se feriram por estilhaços que caíram dentro das instalações, ninguém na escola foi morto.” Rod Nordland (“Newsweek”) descreveu um exemplo de abuso de civis pelos Hamas: “De repente houve um terrível estrondo. Foi outro foguete sendo disparado contra Israel. A rampa de lançamento móvel estava bem no meio do apartamento de quatro quartos que estava cheio de pessoas.” Lorenzo Cremonesi (“Corriere Della Sera”) relatou o testemunho da palestina Abdallah: “Praticamente todos os prédios mais altos em Gaza que foram alvejados pelos ataques israelenses tinham rampas lançadoras de foguetes em seus telhados. Eles as colocaram perto dos grandes depósitos da ONU, que explodiram em chamas.” Muitos residentes de Gaza culpam o Hamas pela perda de vidas e propriedades causada pelo terrorismo de se esconder entre a população civil. Entretanto criticam o Hamas em particular, mas poucos o fazem publicamente, um gesto que seria equivalente ao suicídio.


Um porta-voz do Fatah, movimento do presidente Abbas, reportou que desde o final da guerra mais de cem membros de seu grupo foram assassinados ou feridos em Gaza. Louise Michel, comissária da União Europeia, denunciou durante sua visita a Gaza: “Eu digo isto intencionalmente daqui, o Hamas é um movimento terrorista e tem de ser denunciado como tal”, e conclui que “neste momento temos de nos lembrar da grande responsabilidade do Hamas pelo conflito em Gaza”.


As críticas ao Hamas também vêm de dentro da mídia árabe. O jornalista Abed Rashed, diretor da TV El Arabiya, faz menção em seu artigo de uma mulher em Gaza que ousou, em um programa ao vivo, dizer que estava disposta a se mudar para a Cisjordânia, viver sob o governo do presidente Abbas e que provavelmente seu desejo é compartilhado por muitos.


Ele escreve que não há ninguém perguntando aos residentes de Gaza se eles concordam e aceitam as ações do Hamas, apesar de serem os primeiros a sofrerem as consequências.


Conclui questionando se o grupo, que já lutou contra a Fatah no passado, está agora tentando destruir o povo palestino na Cisjordânia também.


Nossa aspiração foi e sempre será viver em paz com os palestinos e os nossos vizinhos árabes. Nós almejamos isso. Continuamos a acreditar na solução de dois Estados e a manter nosso comprometimento às negociações com a Autoridade Palestina na busca pela paz.


Giora BecherGIORA BECHER é embaixador de Israel no Brasil.



O Globo, Mundo, página 24, em 05/02/2009.


ONU nega ataque de Israel dentro de escola

Bomba que matou 43 acertou arredores, esclarece organização


Renata Malkes Especial para O GLOBO


JERUSALÉM. As Nações Unidas voltaram atrás e negaram que disparos de artilharia do Exército de Israel tenham acertado uma escola da organização no campo de refugiados de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza.

Pelo menos 43 civis morreram no ataque, no último dia 6 de janeiro, no auge da operação militar israelense de 22 dias à região, num dos mais criticados episódios da ofensiva. Segundo o coordenador de ajuda humanitária da ONU no Oriente Médio, Maxwell Gaylor, três bombas atingiram os arredores do colégio e não o prédio em si, conforme divulgado anteriormente.


O porta-voz da Agência de Refugiados da ONU (UNRWA), Sami Mshash, disse que a entidade jamais afirmou que o prédio, que abrigava mais de 400 refugiados palestinos, fora diretamente atingido. Segundo ele, a informação errada sobre o ataque partiu de outro braço da ONU, o Escritório de Coordenação para Assuntos Humanitários (Ocha), que havia indicado num relatório que as bombas haviam caído dentro da escola, matando os refugiados. O erro teria sido corrigido logo em seguida.


Na última terça-feira, a polícia do Hamas apreendeu 3,5 mil cobertores e 406 contêineres de alimentos que seriam distribuídos a 500 famílias palestinas que dependem de ajuda humanitária, em depósito da ONU nos arredores da Cidade de Gaza. A ONU negou qualquer tipo de ameaças do Hamas, mas condenou a apreensão.



FSP (05/02/2009)


ONU acusa Hamas de confiscar suprimentos


A ONU acusou ontem o Hamas, grupo radical no poder na faixa de Gaza, de ter se apropriado de parte da ajuda humanitária destinada à população civil no âmbito dos esforços internacionais pela reconstrução do território palestino, bombardeado por Israel durante três semanas.


Segundo um porta-voz da ONU, policiais do Hamas levaram anteontem 3.500 cobertores e 400 pacotes de alimentos de um depósito do organismo em Gaza.


O porta-voz ressaltou que foi o primeiro incidente deste tipo desde o fim dos ataques israelenses, em 18 de janeiro, e exigiu a devolução do material.


O ministro do Bem-Estar do governo do Hamas na faixa de Gaza, Ahmed al Kurd, negou que o grupo tenha confiscado a ajuda, mas admitiu que há divergências com a ONU sobre como os suprimentos devem ser distribuídos.


O caso evidencia a dificuldade de resolver o problema da ajuda humanitária e da reconstrução de Gaza, após a ofensiva israelense que deixou 1.300 palestinos mortos e destruiu a infraestrutura do território.


Vencedor das eleições legislativas palestinas de 2006, o Hamas governa Gaza sozinho desde que expulsou da região há um ano e meio os rivais do Fatah, que controlam a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e são o interlocutor aceito por Israel, EUA e União Europeia.


As potências ocidentais consideram o Hamas um grupo terrorista e exigem que a responsabilidade pela reconstrução de Gaza seja dada à ANP.


Diante do impasse, Israel continua proibindo a entrada de toneladas de material de construção em Gaza, impedindo a revitalização da região.


Mas a severidade das restrições impostas por Israel ao território palestino levou a aliada UE a cobrar um alívio dos "obstáculos" à entrada de ajuda humanitária à população.


O Exército de Israel divulgou ontem comunicado lamentando um dos incidentes mais marcantes da ofensiva em Gaza. No dia 16 de janeiro, a TV israelense transmitiu o choro desesperado do ginecologista palestino Izzedin Aboul Aish, que teve três de suas filhas mortas por disparos de um tanque israelense enquanto ele estava sendo entrevistado ao vivo.


Os militares israelenses lamentaram o ocorrido, mas afirmaram que, "diante do contexto de batalha", os autores dos disparos contra a casa do médico agiram de forma "razoável".



JB (05/02/2009)

  • ONU diz que Hamas roubou ajuda - Pág. 23: Uma agência das Nações Unidas acusou policiais do Hamas de pegar à força 3,5 mil cobertores e 406 porções de comida que a organização pretendia distribuir para 500 famílias num campo de refugiados palestinos na Faixa de Gaza. O episódio aumenta a possibilidade de ruptura da colaboração de emergência entre o grupo radical que domina o território palestino e a organização que se dedica à assistência humanitária aos moradores. Contudo, o ministro do Bem-Estar do Hamas Ahmed al Kurd negou a acusação.
  • Conflito das divisões - Pág. 23



Conflito das divisões - Pág. 23


Thomas L. Friedman

Colunista do New York Times


Nos últimos dias, algumas pessoas questionaram se a secretária de Estado Hillary Clinton havia cometido um grande erro ao nomear tantos "enviados especiais", como George Mitchell, para lidar com as regiões mais problemáticas, como por exemplo o conflito israelense-palestino. Acho que eles estão certos em questionar a senhora Clinton sobre esta pletora de enviados. Mas não acho que o problema é ela ter convocado muitos; ela não convocou o suficiente. No caso do conflito israelense-palestino, ela pode precisar de pelo menos meia-dúzia de enviados. De fato, esse conflito agora se partiu em tantos pedaços diferentes que é capaz de precisar de todo o departamento de Estado para resolvê-lo.


Além de Mitchell, Hillary pode querer também alistar Bill e Chelsea para tentar solucionar o problema, definitivamente Jim Baker e Jimmy Carter. Ela pode até querer perguntar a alguns perfeitos estranhos que conhecer nos corredores, em Foggy Bottom: "Ei, você gostaria de uma viagem de graça para o Oriente Médio?" Claro, ajuda saber um pouco de História, mas um entendimento de biologia agora é ainda mais útil – tipo o processo pelo qual uma ameba se reproduz ao se dividir pela metade constantemente.


Por onde começar? Os palestinos agora estão divididos entre a Cisjordânia e Gaza, com uma Autoridade Palestina secular baseada em Ramallah, na Cisjordânia e um governo radical, Hamas, baseado em Gaza. Mas o Hamas está ainda mais dividido em ala militar e política, e a ala política está ainda mais dividida entre a liderança baseada em Gaza e a liderança em Damasco, com esta última obedecendo ordens tanto da Síria como do Irã.


Ainda me acompanha?


Pelo que posso ver, os palestinos de Gaza estão negociando simultaneamente um cessar-fogo com Israel no Cairo, investigando acusações de crimes de guerra contra Israel na Europa, cavando novos túneis no Sinai para contrabandear mais foguetes até Gaza para atingir Tel Aviv e tentando arrecadar verbas do Irã para a reconstrução.


Nesse entretempo, os líderes palestinos da Cisjordânia estão ocupados coletando comida e cobertores publicamente para ajudar todos aqueles civis palestinos brutalizados pela incursão israelense em Gaza, enquanto secretamente procuram saber das altas autoridades israelenses, porque eles se acovardaram e não aniquilaram o Hamas da face da Terra – vítimas que se danem.


Enquanto isso, Israel tem um governo no qual o primeiro-ministro, os ministros do Exterior e de Defesa, cada um tem um conceito diferente de paz, estratégia de guerra e condições para um cessar-fogo com o Hamas, e os ministros de Defesa e do Exterior estão concorrendo entre si nas eleições de Israel, na terça-feira.


Quem gostaria de tentar reparar isso? Eu preferiria pastorear gatos, ou me tornar o assessor de imagem do John Thain, ou suportar uma colonoscopia, ou me tornar presidente do "banco podre" que o presidente Obama poderá criar para sustentar todas as hipotecas tóxicas. Certamente, qualquer uma dessas opções seria mais divertido. Se Mitchell ainda estiver disposto, bem, então Deus o abençoe. Minha próxima coluna tentará abordar de que modo podemos tentar começar de novo.



FSP online (05/02/2009)


Estadão (05/02/2009)


G1 (05/02/2009)


ADL


Veja mais:

04/02/2009

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