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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Israel x Gaza x Oriente Médio (281) .... Pouco importa o vencedor, governo de Israel será mais duro com o terror palestino

Reinaldo Azevedo (10/02/2009)

POUCO IMPORTA O VENCEDOR, GOVERNO DE ISRAEL SERÁ MAIS DURO COM O TERROR PALESTINO


Tomados os parâmetros empregados em Israel para definir “direita” e “esquerda”, qualquer que seja o vitorioso de hoje nas eleições de Israel — as urnas fecham às 22h de lá (18h de Brasília) —, a política do país caminha para a direita. Obra inequívoca do Hamas. Só para lembrar: ainda que seja um pouco tolinha a divisão, consideram-se à esquerda partidos mais favoráveis a uma negociação com os palestinos, e à direita os menos favoráveis. Pois bem: Benjamin Netanyahu, do direitista Likud, chega à reta final praticamente empatado com o centrista Kadima, da ministra Tzipi Livni — a liderança que ele tinha, de 10 pontos, sobre sua adversária praticamente se diluiu em menos de dois meses. Em terceiro lugar, mas com desempenho surpreendente, está Avigdor Lieberman, do Israel Beiteinu, que pode, então, nessa particular geografia política, ser considerado de extrema direita. Ehud Barak, o ministro da Defesa, do Partido Trabalhista, mais à esquerda, está em quarto lugar.


À diferença do que se andou noticiando no Brasil, a opinião pública israelense foi esmagadoramente favorável à intervenção na Faixa de Gaza. O país já está enfarado dos foguetes do Hamas e exige que seu governo tome uma providência — que foi tomada. Ocorre que o foguetório diminuiu sensivelmente, mas continua. Netanyahu, crítico da política de segurança do ministro Ehud Omert, sossegou um tanto durante a intervenção em Gaza, mas voltou a criticar duramente o governo por ter saído da área sem, vamos dizer, resolver o problema. Barak é carta fora do baralho para ser primeiro-ministro. Como lembrou o jornal Haaretz, ele é, no máximo, candidato a continuar ministro da Defesa — e isso se seu partido não tiver um desempenho muito vexaminoso. O fato é que o radical Lieberman, em terceiro lugar, virou a noiva cobiçada.


E por que um radical, com tintas de sectarismo, está em posição tão vantajosa? Bem, volto ao começo: por culpa do Hamas. Cada foguete em território israelense — e os terroristas nunca pararam de lançá-los — representa alguns votos a mais para Netanyahu e Lieberman e alguns a menos para Ehud Barak, por exemplo — embora ele tenha sido o comandante da operação em Gaza. E é claro que se estreita o espaço da negociação política. Israelenses perdem com isso? Perdem. Mas os palestinos certamente perdem muito mais.


Os movimentos contra a guerra raramente foram tão tímidos, inexpressivos mesmo, no país. Em oito meses do ano passado, foram quase 1.400 foguetes — sem contar a tensão permanente com o Líbano (na verdade, com o Hezbollah), a Síria, o Irã... Netanyahu já disse, por exemplo, que não se sente obrigado a manter conversações com os sírios. Os votos no Likud e no Israel Beiteinu são críticos, sim, à intervenção em Gaza, mas atacam a sua suposta ineficiência. Absolutamente compreensível num país onde, do céu, também caem foguetes, não apenas chuva (rara) ou neve.


Hamas e Fatah

Ah, sim: outra falácia muito influente era a que sustentava que a ação israelense em Gaza só fortaleceria o Hamas. Militarmente, é óbvio, ele está mais fraco. E a sua popularidade despencou: em novembro, antes da guerra, era apoiado por 51,5% da população da região; agora, por apenas 27,8%. O Fatah, que, em novembro, tinha o apoio de 32,5%, agora conta com 42,5%. A facção de Mahmud Abbas, no entanto, perdeu prestígio da Cisjordânia: o respaldo de 68,6% caiu par 39,2%, mas ainda muito acima dos índices do Hamas: 23,7%. O levantamento foi feito pelo Centro de Opinião Pública Palestino. Até os palestinos da Faixa da Gaza reconhecem a responsabilidade do Hamas na tragédia que os colheu. Só nas universidades, na imprensa e no governo brasileiros é que a popularidade do Hamas chega perto de 100%...



Estadão (10/02/2009)


G1 (10/02/2009)


CBN (10/02/2009)


Em Cima da Hora (10/02/2009)

  • Eleitores vão às urnas em Israel: Mais de 5 milhões de israelenses estão aptos a votar nas eleições desta terça-feira (10). O líder da oposição, o linha-dura Benjamin Netanyahu, é o favorito para o cargo de primeiro-ministro.
  • Eleitores vão às urnas em Israel: As pesquisas indicam a vitória de Benjamin Netanyahu, do partido direitista Likud. A ministra do Exterior Tzipi Livni vem logo atrás. Os partidos de direita ganharam força depois do confronto em Gaza.


Revista Época

O Filtro: As dez mais de 10 de fevereiro

  • 7. Israel deve dar guinada à direita nas eleições de hoje: Os israelenses vão às urnas hoje para escolher seu novo primeiro-ministro, em meio à incerteza sobre como o governo tem de lidar com o conflito na Faixa de Gaza. O ex-premiê Binyamin Netanyahu, do partido direitista Likud, lidera as pesquisas, mas sua vantagem ante a ministra de Relações Exteriores, Tzipi Livni, do centrista Kadima, ficou bem apertada às vésperas do pleito. O analista do jornal Haaretz Yossi Verter afirma que a disputa será decidida a favor de quem tiver mais organização para atrair os eleitores indecisos. Depois, o maior desafio é formar uma coalizão que torne o país governável, e nesse ponto Netanyahu parece ter mais capital político que Tzipi.
  • 8. O desencanto dos eleitores árabes com o pleito em Israel: Israel tem 1,2 milhão de habitantes de origem árabe, o que representa 17% da população. Mas esse considerável grupo não está muito preocupado com as eleições de hoje. Uma reportagem do jornal Jerusalem Post mostra que muitos árabes-israelenses pretendem boicotar o processo eleitoral por várias razões, entre elas um sentimento de perseguição por parte das autoridades eleitorais (os partidos árabes chegaram a ser banidos da disputa sob a acusação de ligação com o Hamas, mas depois foram reintegrados) e a falta de poder político das legendas árabes no parlamento. Nas eleições de 2006, a participação dos árabes nas urnas foi de apenas 56%, o menor índice da história. Não será surpresa se essa marca negativa for superada desta vez.


FSP (10/02/2009)


FSP online (10/02/2009)


O Globo online (10/02/2009)


UOL Internacional / Mídia Global


Deutsche Welle (09/02/2009)


BBC Brasil (09/02/2009)


El Reloj (10/02/2009)


Iton Gadol (10/02/2009)


Aurora (10/02/2009)


Veja mais:

09/02/2009

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