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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Israel x Gaza x Oriente Médio (295) .... Como se sabia, a paz ficou mais difícil em Israel

Revista Época (11/02/2009)

Blog Paulo Moreira Leite: Como se sabia, a paz ficou mais difícil em Israel


No dia 28 de dezembro de 2008, nos primeiros dias dos ataques de Israel a Gaza, escrevi no blogue:

“Não há uma opção estratégica em jogo, não há uma vantagem militar a ser obtida, não se pretende garantir a paz nem um pouco de tranqüilidade. Até o momento em que escrevo esta nota, já morreram 270 pessoas em Gaza, e perto de 800 foram feridas, porque o partido que está no governo de Israel corre o risco de perder eleições.”


As urnas confirmaram o cálculo do governo do primeiro-ministro Ehud Olmert. Depois de 1300 mortes e a destruição de “todo edifício público” em Gaza, conforme o Financial Times, o Kadima, partido da chanceler Tzipi Livni e também de Ehud Olmert, surge como mais votado na eleição geral de terça-feira.


Conforme pesquisas realizadas dias antes das eleições, 80% da população apoia os ataques a Gaza — e essa diferença jogou a favor do governo.


Antes dos ataques, o partido conservador Likud era o favorito. Cresceu muito e conseguiu mais do que dobrar os votos. Um partido ainda mais extremista, também conseguiu ganhos substanciais e superou os trabalhistas, que agora são apenas a quarta força no parlamento.


Mas, faltando ainda alguns votos para serem contabilizados, a previsão geral era que o Kadima conquistara uma ou duas cadeiras de vantagem sobre o Likud. O único evento entre as pesquisas de dezembro e a eleição foi a guerra. Antes, a população debatia o desemprego e a crise. As catapultas do Hamas não deixavam ninguém esquecer o conflito, mas a guerra não era o assunto dominante. Agora é e tem aprovação de 80% da população, um índice que nem sempre costuma servir de boa inspiração para governantes — como se viu no apoio inicial da população americana às aventuras de George W. Bush no Iraque.


Caso Tzipi Livni seja chamada a formar um novo governo, ela precisará do voto dos conservadores para formar maioria — o que tornará qualquer conversa sobre paz ainda mais difícil, com margens ainda mais estreitas. Na apuração, Livni já disse que gostaria de contar com a presença do Likud em seu governo. Em campanha, o Likud prometeu ampliar os assentamentos em territórios árabes, que são um fator de conflito. Também pretende reintroduzir aulas de sionismo nas escolas e disse que não irá devolver áreas conquistas à Siria em 1967.


O diplomata americano Aaron David Muller, que durante dois anos foi responsável pelas negociações, disse ao Washionton Post que o resultado eleitoral equivale a suspender as conversas sobre paz pelo prazo de um ou mesmo dois anos.


Como se viu nos foguetes do Hamas, e nos ataques a Gaza, neste período muita coisa ruim pode acontecer.



Último Segundo (11/02/2009)


UOL Internacional / Mídia Global (11/02/2009)


Aurora (11/02/2009)


NYT (11/02/2009)


Time / CNN (11/02/2009)



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