Pesquisar este blog

Total de visualizações de página

Perfil

Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

Translate

Seguidores

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Israel x Gaza x Oriente Médio (303) .... Nahum Sirotsky: Israel sem governo

Último Segundo (12/02/2009)

Nahum Sirotsky: Israel sem governo


As eleições gerais realizadas na terça-feira não decidiram quem vai governar Israel. Foram 34 partidos que disputaram as 120 cadeiras do Parlamento. A legislação eleitoral facilita criação de legendas. As teimosas minorias defendendo programas de poucas causas expressam-se em partidinhos. Os chamados grandes partidos não conseguem obter maioria absoluta, essencial para o direito de formar o governo.


Perfeito o nome hebraico do Parlamento. Knesset significa Assembleia. A piada é velha, mas continua simbólica. Conta que, em mares pouco navegados, observou-se de um navio a presença de um indivíduo em uma ilhota. Ao recolherem o náufrago, perceberam que havia duas palhoças. Perguntaram os marinheiros quem lá morava. Respondeu irritado aquele que recolhiam: “Uma casa é a sinagoga onde vivo e rezo. Naquela outra nunca ponho os pés”.


Tzipi Livni, 50 anos, ex-agente secreta, advogada, bem casada, mãe, ministra do Exterior do governo interino esperando o eleito, obteve 28 cadeiras liderando o Kadima, partido centrista, coisa difícil de definir nos nossos dias. Benjamin “Bibi” Netanyahu, político veterano, 60 anos, casado com terceira esposa, líder direitista, o que se sai melhor na televisão entre os políticos, obteve 27 cadeiras. Ambos longe da maioria absoluta.


Como esclareci em notas anteriores, o Presidente, eleito pelo Parlamento, reina mas não governa, como a rainha da Inglaterra. Mas tem a missão de consultar lideranças de partidos para ouvir qual dos eleitos tem melhores possibilidades de obter o apoio de maioria absoluta, 61 parlamentares. Em função da pesquisa, ele faz o seu convite.


A favorita do povo é Livni, porém parece a que tem menores possibilidades de formar governo, tarefa na qual falhou há três meses e que precipitou a convocação das eleições gerais. Bibi seria aquele com maior potencial. Mas ainda não é certo. Então, ao que se entende, Shimon Peres, o presidente e maior estadista, último dos criadores do Estado há 60 anos, optou por adiar a consulta por alguns dias.


Se nenhum político for indicado como favorito pelas lideranças, somando um mínimo de 61 votos, novas e caríssimas eleições terão de ser convocadas. Devido à crise econômica internacional, ao novo governo nos Estados Unidos e ao estado de nervos de líderes do mundo muçulmano, a hora não é propícia para brincadeiras de políticos. E basta que Livni ou Bibi conquistem o apoio de nova estrela política que despontou com 15 cadeiras. O imigrante russo Liberman, do Partido “Israel, Nossa Casa”, direitista, nacionalista extremo, em outros tempos classificável de reacionário, é o mais cantado destas horas.


Os encontros de líderes com os dois mais votados prosseguem ininterruptos. É provável que até o dia sagrado de descanso, o shabat, seja ignorado. Na próxima semana, Peres ouvirá o nome da boca dos políticos em cafezinho no seu palácio em Jerusalém. Há quem diga que Liberman joga de sadista. Fará Bibi suar até o ultimo instante quando dirá o seu nome e obterá importante ministério. Livni não desiste.


Eleição em Israel não é eleição em país menor do que um razoável município paulista ou razoáveis plantações de soja no Brasil central. É disputa em um pais cuja situação é estratégica para a tranqüilidade do Oriente Médio, onde é o único não-muçulmano e democrático. Obama espera um primeiro-ministro de posições flexíveis na questão do conflito com os palestinos. E só se saberá quem é com um governo enfrentando realidades concretas de um mundo no qual a crise leva a novas e ainda indefiníveis políticas da Casa Branca.



BBC Brasil (12/02/2009)


Jornal Hoje (12/02/2009)


Jornal Nacional (12/02/2009)


ADL (12/02/2009)


Marcelo Kisilevski (11/02/2009)


Veja mais:

12/02/2009

Nenhum comentário: