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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Paulo Moreira Leite: A tragédia de dois homens ridículos


Os artigos sobre Israel sempre atualizados você encontra aqui.



CJL (22/07/2009)

  • Adotar uma postura mais severa com o Irã: "Desafortunadamente, alguns governos ocidentais -mas também China e Rússia- são iludidos a crer que Teerã é um parceiro sério para negociações. Hoje, o tempo é essencial. A Europa deveria tomar a sério a ameaça nuclear, porque o Irã continua expandindo sua posição e a qualidade de seus mísseis", destacou o presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald S. Lauder.


FSP online (22/07/2009)


Revista Época (22/07/2009)


A visita ao Brasil de Avigdor Lieberman, chanceler israelense, ocorre num momento especial. Com uma política de expansão sobre territórios palestinos, para onde envia levas de colonos fanáticos, o governo de Israel tornou-se hoje o principal entrave às negociações de paz na região e um bloqueio aos esforços do presidente Barack Obama para abrir uma etapa de convivência civilizada no Oriente Médio.


Lieberman deu uma contribuição pessoal na criação de dificuldades para um acordo com a população palestina. Nas últimas eleições israelenses, tentou proibir partidos de origem árabe de participar do pleito — idéia absurda que acabou derrubada pela Suprema Corte de Israel. Lieberman é favorável a um projeto vergonhoso para todos aqueles que lembram as perseguições ocorridas durante o Holocausto. Quer cobrar da população não-judia uma declaração de fidelidade ao Estado de Israel.


Não custa lembrar os péssimos antecedentes dessa idéia: logo após a subida ao poder, o Partido Nazista criou uma legislação semelhante, de cobrar fidelidade dos cidadãos que não tivessem “o puro sangue ariano”, numa medida que atingia, particularmente, a população judaica da Alemanha.


Tantas idéias ridículas poderiam transformar a visita de Lieberman numa boa oportunidade para nosso país discutir nossa diplomacia no Oriente Médio. O Brasil tem uma responsabilidade particular na criação do Estado de Israel.


Numa primeira votação na Assembléia da ONU que discutiu o assunto, a proposta criar este Estado foi derrotada por maioria de votos. Na direção dos trabalhos, o chanceler brasileiro Oswaldo Aranha sugeriu a realização de uma nova votação no dia seguinte. Em 24 horas, foi feito um trabalho de convencimento de diversos delegados — e o placar mudou a favor de Israel. É por isso que Aranha é hoje nome de rua em Tel Aviv.


Só que a decisão tomada pela ONU, em 1947, não tem relação com o que se vê hoje. Falava-se em dois Estados. Tem-se apenas um. Falava-se em territórios equivalentes — a disparidade, hoje, é de quase 80% a 20% para Israel. Abrigada em territórios cada vez menores, sem água para o plantio e mesmo para a sobrevivência, sem soberania sobre suas fronteiras, a população palestina encarna uma tragédia prolongada, em busca de uma solução duradoura.


A novidade deste debate, hoje, chama-se Mahmoud Ahmadinejad, o presidente do Irã. Ele não só pretende apresentar-se como rival de Israel na região, mas é acusado de patrocinar atos terroristas em Israel. Fez do anti-semitismo uma bandeira permanente e diz que o Holocausto não produziu a morte de 6 milhões de judeus — num questionamento vergonhoso, do ponto de vista da memória da humanidade, e de grande utilidade para o governo israelense justificar cautelas e atitudes em relação aos vizinhos.


Reeleito numa disputa tumultuada, com fraudes tão grandes que sua vitória produziu os maiores protestos no país desde a instalação do regime dos aiatolás, em 1979, Ahmadinejad cumpre aquele papel próprio dos homens ridículos. Prejudica a causa que diz querer ajudar e beneficia aqueles que pretende prejudicar.


Se há uma discussão urgente no Oriente Médio, hoje, é o destino da ditadura dos aiatolás — e essa nova realidade é tudo o que o governo de Israel necessita para prosseguir em seu trabalho contra os direitos dos palestinos e contra paz.



O Globo, Mundo, pág.26, em 22/07/2009.


PT chama chanceler de Israel de fascista

Itamaraty afirma que opinião do partido não representa a do governo


Adauri Antunes Barbosa e Eliane Oliveira


SÃO PAULO e BRASÍLIA. No dia da chegada do chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, ao Brasil, o jornal israelense “Haaretz” publicou ontem entrevista com o secretário de relações internacionais do PT, Valter Pomar, na qual ele chama o polêmico ministro de “fascista” e “racista” e previu protestos durante sua visita ao país.


“Lieberman é um fascista e um racista. A esquerda brasileira organizará manifestações de protesto contra ele e a política que representa”, afirmou Pomar ao jornal israelense.


O Itamaraty informou que a posição de um partido político, “seja ele o PT ou qualquer outro”, não representa o ponto de vista do governo brasileiro.


— Ele pode emitir sua opinião, mas não fala em nome do governo brasileiro — esclareceu um porta-voz.


Lula e Amorim recebem ministro hoje em Brasília Hoje, Lieberman — que é contrário ao estabelecimento de um Estado palestino e defende a expulsão de árabes de Israel — se reúne no final da manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, em seguida, com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.


Lieberman escolheu o Brasil para iniciar uma viagem de dez dias à América do Sul.


Ele também visitará a Argentina, o Peru e a Colômbia.


Ontem, o chanceler israelense se encontrou com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.


Antes da reunião com Serra, Lieberman almoçou com empresários na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Ao contrário do anunciado, não houve protestos contra a política defendida pelo ministro israelense nos dois compromissos, mas o forte esquema de segurança não foi desativado.


Na comitiva que acompanha o chanceler está a deputada Ruhama Abraham Balila, que faz oposição a Lieberman e defende a coexistência pacífica entre palestinos e judeus.


De acordo com o ex-chanceler Celso Lafer, que participou do encontro entre Serra e as autoridades israelitas, foi discutida a cooperação técnica e científica entre São Paulo e Israel.


Uma das possíveis cooperações que podem ser firmadas é sobre a fabricação de medicamentos genéricos, área que Israel domina e na qual Serra tem muito interesse.


Celso Lafer, que é presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa de São Paulo (Fapesp), disse ainda que outros temas foram abordados, como nanotecnologia, uso da água, desenvolvimento sustentável, bioenergia, energias renováveis, técnicas agrícolas. Segundo Lafer, a conversa tem uma lógica natural porque cerca de 50% da produção de conhecimento científico do Brasil são feitos no estado de São Paulo, e Israel também se destaca nesse campo.



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