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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Israel x Gaza x Oriente Médio (64) .... Qual é a melhor proporcionalidade? A absoluta. Então...

Revista veja – Veja.com

De todos os argumentos contra Israel, o mais idiota — e o adjetivo é esse — é o que sustenta a reação desproporcional do país e a tal assimetria entre as duas forças. Bem, argumentos têm de ser defendidos como ações práticas, com conseqüências, certo?


E se pensarmos na proporcionalidade absoluta, na perfeita simetria? Imaginem o que teria acontecido em Gaza se Israel tivesse jogado, ao longo de três anos, 3.300 foguetes contra uma das áreas mais densamente povoadas da terra. Ainda que fossem foguetes ditos “artesanais”, como são alguns do Hamas. Caiu um petardo em solo israelense? Lá iria Israel e dispararia o seu, igualzinho, contra Gaza. E o faria com a mesma moral dos terroristas: pouco se importando onde cairia o troço e quantos e quais seriam as vítimas.


Reitero: Israel apenas reagiria com foguetes do mesmo tipo. Os mortos se contariam aos muitos milhares. Não consigo pensar em proporcionalidade melhor do que a perfeita proporcionalidade. Não consigo pensar em simetria melhor do que a perfeita simetria.


Ah, essa minha hipótese parece um tanto ingênua, não?, quem sabe pertencente ao tal “gênero didático”, em que classifiquei a quase fábula de João Pereira Coutinho. E, por isso mesmo, vai mais depressa ao cerne da questão. Os que falam em “reação desproporcional” e “guerra assimétrica” não têm em mente, de fato, nenhuma alternativa de proporcionalidade e simetria. Não conseguem simplesmente é ver legitimidade na reação de Israel, qualquer que seja ela. É o que escrevi no primeiro texto desta série: como consideram Israel ilegítimo, não entendem que ele possa se defender.


Mas não só: os mais requintados pretendem jogar a questão Israelo-palestina no complicado xadrez do Oriente Médio, onde também entram os interesses de outras nações. Sem dúvida, o jogo existe. E cada ator usa a questão para tentar manter ou ampliar seu poder, fazendo ajustes de contas internos etc e tal. Ok. Mas há uma questão: e as hostilidades contra Israel? Param ou continuam? O estado se defende ou não? Reage ou não?


Também nesse caso, há uma inverdade essencial — em alguns casos, é má-fé mesmo: “A paz só depende de Israel. Se devolver todos os territórios ocupados, eliminar todas as colônias da Cisjordânia, derrubar o muro, entregar Jerusalém aos palestinos, voltar, em suma, às fronteiras definidas em 1948, está tudo resolvido”. Bem, é uma mentira grotesca. O programa do Hamas, como demonstrei aqui, não faz reivindicações pontuais — nem mesmo pede devolução do território. O programa do Hamas é destruir Israel, pouco importa o seu tamanho. Mais: a história e a lógica demonstram que o Israel que se estende fora do lugar é conseqüência de ações de defesa. Se deixasse hoje a Cisjordânia, o Hamas botaria a Fatah para correr e faria da região uma mega-Faixa de Gaza.


Todos sabemos a gritaria que acompanhou a construção do tal muro na Cisjordânia. Malditas sejam as lideranças palestinas que nunca fizeram um esforço sincero para conter os terroristas que saíam dali para explodir israelenses em escolas, ônibus e pizzarias. O que a política palestina não fez, há que se reconhecer, o muro conseguiu. Verdade ou mentira? E antes dele? Bem, antes dele, pedia-se a Israel que fosse compreensivo — como se pede sempre.


FSP online

G1

Jornal das Dez

Jornal Nacional

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