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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Israel x Gaza x Oriente Médio (94) .... Suicidas e antissemitas

O Globo, Mundo, página 20, 21 e 22, em 12/01/2009.


O Globo, Opinião, página 7, em 12/01/2009.

O Brasil e Gaza

ROBERTO ABDENUR


Desde a resolução da ONU que em 1948 deu origem a Israel, sustenta o Brasil inabalável compromisso com o Estado judaico. Não menos firme é seu compromisso com a formação de um Estado palestino. Unem-nos à região laços históricos e vínculos humanos. O Brasil foi o único país latino-americano convidado para a Conferência sobre a Questão Árabe-Israelense, realizada nos EUA em 2007. Para tal tinha as credenciais de suas equilibradas posturas nas Nações Unidas, fluido diálogo com os países árabes (reforçado pela Cimeira entre América do Sul e aquelas nações) e bom entendimento com Israel (que tratamos de aproximar do Mercosul mediante acordo comercial).


Um grave erro veio, contudo, a erodir nossa credibilidade. Em recente viagem a Teerã, fez o chanceler convite ao presidente Ahmadinejad para visita ao Brasil.


Nada mais inoportuno, descabido e contraproducente. A grande nação iraniana merece respeito, mas diferente é o caso de um chefe de governo desgastado por quadro econômico caótico, e sob risco de perder as próximas eleições presidenciais; um presidente que nega o Holocausto e prega a destruição de Israel; um governo sob sanções do Conselho de Segurança da ONU; que suscita preocupações não só nos EUA, mas na Europa, onde três países próximos ao Brasil — França, Alemanha e Reino Unido — tentam pressionar Teerã a abdicar de um programa nuclear fundadamente sob suspeitas de buscar a bomba; e um país que suscita temores em seus vizinhos árabes, tanto por seu poderio militar quanto por sua crescente influência (por cortesia de Bush) em Iraque, Síria e Líbano.


A presente hecatombe em Gaza levou o Brasil a tomar iniciativas para reintroduzir-se no círculo mais amplo de atuação em torno da questão.


O professor Marco Aurélio Garcia, assessor direto do presidente Lula, fez dura crítica a Israel, acusando-o de “terrorismo de Estado”. Meu coração até que simpatiza com essa afirmação.


Mas minha cabeça de diplomata, “viciada” pelo cuidado em evitar que palavras se tornem petardos capazes de infligir indesejáveis danos políticos, lamenta essa dissonância em relação à cautela com que se conduz o chanceler. Precisa o Brasil mover-se com serenidade, objetividade e pragmatismo.


Em diplomacia há ocasiões em que cabem gestos, por assim dizer, “bonitos”, mesmo que não por si sós suficientes para alterar maiormente um cenário de conflito. São gestos que marcam posições e fincam estacas para futuras jornadas diplomáticas. Poderíamos agora enviar ao Egito e à Jordânia, para atuarem nas áreas próximas a Gaza (e posteriormente, acalmada a situação, atuarem dentro do território), números significativos de equipes médicas, com hospitais de campanha, medicamentos e instrumentos cirúrgicos. Talvez pudesse mesmo o Brasil coordenar-se com alguns de nossos parceiros na América do Sul — companheiros de trabalho na exitosa missão no Haiti — para juntarmos esforços em tal sentido. E mais “bonito” ainda seria se, em expressão sincera do que somos como sociedade livre de conflitos étnicos e religiosos, parte da ajuda enviada proviesse de entidades humanitárias não só islâmicas e cristãs, mas também judaicas — todas unidas na solidariedade com as vítimas dos dois lados.


ROBERTO ABDENUR foi secretário-geral do Itamaraty e embaixador no Equador, na China, na Alemanha, na Áustria e nos EUA.


O Globo, Mundo, página 20, em 12/01/2009.

'Não vamos mais nos mostrar retraídos'


WASHINGTON. A ministra israelense das Relações Exteriores, Tzipi Livni, acredita que o conflito em Gaza representa não mais uma batalha entre palestinos e árabes, mas entre moderados e extremistas. Na entrevista abaixo, ela defende a guerra contínua contra o terror e culpa o Irã pelo fornecimento de foguetes ao Hamas


Lally Weymouth Do Washington Post


O GLOBO: Como a senhora responde à pressão da comunidade internacional por um cessar-fogo?

TZIPI LIVNI: Não gosto do termo cessar-fogo porque parece um acordo entre dois lados legítimos. No fim das contas, esse não é um conflito entre dois Estados, mas uma luta contra o terror. Precisamos lutar em Gaza porque eles (o Hamas) tiveram Israel como alvo por oito anos. Precisamos enfraquecê-los e afetar sua capacidade em nos atacar no futuro.


Para fazer isso, vocês não precisariam de um controle de fronteira mais efetivo? LIVNI: Sim, existem três parâmetros.


Um são os foguetes vindos do Irã. O outro é o Egito propriamente, e o terceiro é a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.


A ideia é que o Egito tenha um papel mais atuante?

LIVNI: Isso precisa ser interrompido por Israel ou qualquer outro. Em seis meses, o Hamas mudou o alcance dos foguetes de 20 para 50 quilômetros, o que agora ameaça 1 milhão de israelenses. Hoje áreas do centro de Israel estão ameaçadas.


O Irã estaria por trás?

LIVNI: Sim, certamente. Sabemos disso. No começo, os foguetes eram caseiros, feitos na Faixa de Gaza. Agora são profissionais, vindos do Irã.


Israel vai reocupar Gaza?

LIVNI: A idéia não é reocupar a Faixa de Gaza. Quando deixamos a região, o Hamas escrevia em outdoors que o terror ganhou e que Israel havia deixado Gaza por isso. Agora estamos voltando por causa disso.


A senhora acha que o conflito terá terminado quando Obama assumir?

LIVNI: Quanto mais rápido terminar, melhor para nós. Mas essa é uma guerra contínua contra o terror. Não pedimos para a comunidade internacional lutar conosco. Pedimos um pouco de compreensão e tempo.

Qual sua opinião sobre o monitoramento estrangeiro nas fronteiras?

LIVNI: Não sou contra a participação da comunidade internacional, mas ela não substitui nosso combate ao terrorismo.
Às vezes, quando você tem monitores em uma região, fica mais difícil, porque não queremos matar gente por engano. Israel não vai mais se mostrar retraído. Não é mais foguete contra foguete. Vamos atacar intensamente se eles continuarem.


A senhora acha que conta com o apoio dos árabes moderados?

LIVNI: Não quero constranger ninguém, mas sei que represento os interesses deles também. Esse não é mais um conflito entre israelenses e palestinos ou judeus e árabes, é um conflito entre moderados e extremistas.


FSP online

Estadão

JB online

O Globo online

G1

IHU

Deutsche Welle

Aurora

Iton Gadol

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