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especial para a Folha Online, 12/01/2009.
Nenhuma nação sobre a Terra aceitaria ser bombardeada permanentemente por um território vizinho e permanecer impassível. A atuação do castigo israelense contra o Hamas em Gaza, não deveria ser, portanto, uma surpresa.
O que é verdadeiramente surpreendente é isso não ter acontecido muito antes. Israel aguentou o que não se pode aguentar: mais de 4 mil foguetes palestinos que, se não causaram mais mortes, foi em boa medida devido ao imenso esforço realizado na proteção passiva --em forma de bunkers-- das populações do sul de Israel.
Exigir que Israel pare suas operações militares é uma imoralidade, assim como um gravíssimo erro estratégico. O objetivo político da União Europeia e da comunidade internacional não deve ser um cessar-fogo, mas sim um fim ao terrorismo que vem de Gaza.
A manipulação midiática a que nos acostumaram as facções palestinas, terroristas ou não, está novamente em marcha, oferecendo as imagens do sofrimento de seu povo, desgraçadamente inevitável em qualquer confronto bélico.
Ela é tão hábil que faz esquecer o sofrimento que os terrorista palestinos têm imposto a uma boa parte da população israelense. Até a retirada total de Israel de Gaza em 2005, o Hamas justificava os ataques suicidas e por outros meios como um instrumento necessário para lutar "contra a ocupação israelense".
Pois bem, desde que Sharon decidiu deixar Gaza para os palestinos, o único israelense na faixa foi o soldado Gilad Shalit, sequestrado faz dois anos pelos militantes de Gaza. Sem exagero, o fato de Israel já não ser uma "força ocupante" não diminuiu a ânsia por violência do Hamas e de outros grupos palestinos em Gaza. Por uma razão muito simples: o que o Hamas quer não é a solução de dois Estados convivendo pacificamente um junto ao outro.
O islamismo palestino aspira a um único Estado, palestino e islâmico. Por isso não quer nem pode renunciar ao seu objetivo de eliminar Israel. E por isso Israel se vê forçado a se defender. Se não o fizesse, simplesmente deixaria de existir.
Como em toda a guerra, não faltaram os corifeus clamando aos céus por causa da desproporção da resposta militar israelense. Não sabemos o que propunham como alternativa, mas o que sabemos é que não apenas a atuação das Forças Armadas Israelenses, a IDF, tem sido escrupulosa em relação ao direito de guerra, mas também está sendo altamente eficaz quanto a discriminação de seus alvos.
Certo, em toda ação bélica existe o risco de causar baixas civis inocentes, mas, pelo que contam os observadores no local e a sacrossanta instituição das Nações Unidas, talvez menos de 10% das vítimas poderiam ser consideradas como vítimas inocentes. O resto, 90%, seriam membros e militantes do Hamas.
O que quer dizer, entre outras tantas coisas, que a execução dos ataques israelenses foi mais bem preparada do que as ações da OTAN no Afeganistão, por exemplo, onde a proporção de mortes por erro é bastante mais alta.
Em suma, Israel tem o direito de se defender e o faz da melhor forma possível, com justiça, legitimidade e proporção. Enquanto luta contra os terroristas de Gaza, permite que a ajuda humanitária flua até os palestinos da região.
E é preciso lembrar que, se hoje Gaza está na situação precária em que se encontra, isso se deve à péssima gestão dos líderes do Hamas, muito mais interessados em aterrorizar os israelenses do que em criar oportunidades para os seus eleitores.
Porque seria um erro estratégico pressionar Israel para que pare sua ofensiva agora? Por uma razão muito simples: porque acabar com os arsenais e os foguetes do Hamas não é suficiente e é isso o que os bombardeios da IDF têm feito até agora.
Foi Douglas MacArthur quem disse que "na guerra não há substituto para a vitória". Com a exceção da derrota, claro. E se há uma lição que devemos aprender com os conflitos inacabados ou mal-acabados, como a guerra de Israel contra o Hizbollah no verão de 2006, é que a ausência de uma vitória clara e visível, isto é, a ausência de uma vitória decisiva, se torna rapidamente uma derrota.
A sobrevivência do Hizbollah foi entendida pelos seus e por boa parte do mundo árabe como uma derrota israelense. Correto ou não, isso é o de menos. A imagem é o que importa. Por isso, acabar com os foguetes do Hamas não é suficiente. Deve-se retirar dele por completo o sentimento de vitória e, para isso, há que se conseguir com que eles desistam de seus planos.
Se a comunidade internacional dá esperanças aos dirigentes do Hamas de que se aguentarem um pouco, obrigarão Israel a parar suas ações, a única coisa que se estará fazendo é alimentar seu sentimento de vencedor. Pior ainda, se estará patrocinando diretamente os palestinos radicais em detrimento dos moderados, aqueles com quem se pode falar de uma solução pacífica para todos. Se o Hamas não sai derrotado politicamente, a Autoridade Palestina, seu presidente, Abbas, e o governo de Salam Fayyad é que sairão derrotados.
Se o Hamas não for derrotado, pode vir a ter força para tentar um golpe na Cisjordânia, similar àquele feito contra o poder em Gaza em 2007. Isso sim seria o final de todo o processo de paz. Se o contrário ocorre, se o Hamas sai claramente derrotado, será aberta uma nova oportunidade para que a Autoridade Palestina retome seu papel na faixa de Gaza, que é hoje, de fato, um Estado palestino separado.
Por último, não podemos esquecer que, apesar de Israel estar lutando para defender a tranquilidade das populações vizinhas a Gaza, a derrota do Hamas não só traria novas oportunidades para uma paz estável na região, mas também representaria um grave revés para os desígnios do Irão na região.
Nesse sentido, não podemos esquecer que Israel não luta apenas por sua segurança, mas também o faz pela nossa, europeus e ocidentais. Deter um Irã cada dia mais grande, irresponsável, provocador e às portas de se tornar uma potência atômica só pode beneficiar a paz internacional. Ou seja, nossa paz e nossa segurança.
Rafael L. Bardají é membro sênior do GEES (Grupo de Estudos Estratégicos) e ex-conselheiro executivo do ministro da Defesa espanhol de
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