Estudos Judaicos: Israel x Gaza x Oriente Médio (175) .... Obama já se aproxima do Oriente Médio

JB, página 4, em 22/01/2009.

Obama já se aproxima do Oriente Médio

Lula envia mensagem pedindo soluções para a crise

Depois de chegar ao Salão Oval, Barack Obama gastou 10 minutos sozinho lendo um bilhete deixado em sua mesa por George Bush. O ministro-chefe da Casa Civil, Rahm Emanuel, encontrou com o presidente 10 minutos depois para discutir a agenda do dia.

O novo presidente telefonou para líderes políticos do Oriente Médio e prometeu trabalhar em busca de uma "paz duradoura" na região.

Segundo uma fonte da Casa Branca, que não quis se identificar, Obama conversou com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas; o premier israelense, Ehud Olmert; o mandatário egípcio, Hosni Mubarak, e o rei da Jordânia, Abdullah II.

Antes de tomar posse, na terça-feira, o presidente americano havia prometido levar adiante os esforços para estabelecer a paz entre Israel e palestinos, logo que seu governo iniciasse.

Segundo o jornal Washington Post, está previsto para Obama nomear ainda esta semana George Mitchell, ex-mediador para a paz na Irlanda do Norte, como enviado especial ao Oriente Médio para começar a trabalhar de imediato no conflito israelense-palestino.

Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou, ontem, uma mensagem ao novo presidente americano, cumprimentando-o pela posse e pedindo que ele encontre soluções urgentes para a crise financeira internacional.

Na correspondência, Lula enfatiza que "os países da América Latina souberam reconstruir nos últimos anos suas economias com inegáveis ganhos sociais e políticos. Esse esforço de dezenas de milhões de homens e mulheres não pode ser frustrado". Lula ressalta, ainda, que Brasil e EUA, "como sociedades multiétnicas, democráticas e de grande diversidade cultural", têm muitas semelhanças e propósitos comuns. Além disso, diz compartilhar da intenção de Obama de buscar soluções políticas para os "grandes problemas que ameaçam a segurança coletiva do mundo", e revela o interesse de se encontrar pessoalmente com o novo presidente americano.

Seguindo a agenda oficial de ontem, o mandatário americano teve uma reunião com a cúpula do Pentágono. O secretário da Defesa, Robert Gates, o chefe do Estado-Maior, almirante Mike Mullen, e o líder do Comando Central, general David Petraeus, discutiram com Obama temas de segurança nacional e militares.

A pauta incluía, ainda, as duas guerras que Obama herdou do governo de George Bush. Durante a campanha presidencial, o democrata se comprometeu com o encerramento do conflito no Iraque. A guerra dura seis anos, já deixou mais de 4 mil soldados mortos e custou mais de US$ 1 trilhão aos cofres americanos.

A posse do 44º presidente americano teve repercussões pelo mundo inteiro. Jornais de diferentes regiões do mundo dedicaram a primeira página à chegada do primeiro líder negro à Casa Branca.

JB, página 23, em 22/01/2009.

Tropas israelenses continuam na fronteira

Hamas anuncia prisão de supostos espiões palestinos

O Exército de Israel concluiu a retirada da Faixa de Gaza mas permanece mobilizado na fronteira, quatro dias depois do fim de uma guerra no território palestino contra o movimento radical Hamas que matou mais de 1.300 palestinos e devastou a região.

A retirada permitiu que agentes da polícia do Hamas voltassem a patrulhar as ruas do território. Em comunicado divulgado ontem, o Hamas anunciou a detenção de dezenas de colaboradores acusados de transmitir aos israelenses informações sobre combatentes do grupo durante a guerra.

O texto não indica nem o local onde estão detidos nem a identidade deles. As prisões de Gaza foram destruídas nos ataques aéreos israelenses.

Apesar do cessar-fogo, o risco de morte no território palestino continua elevado, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A ONG alertou para o risco apresentado pelas bombas lançadas pelo Exército israelense em Gaza, mas que não explodiram.

Um tribunal da Bélgica pediu ontem que a ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, seja presa ao chegar a Bruxelas, na tarde de ontem, segundo o jornal israelense Haaretz. O motivo da prisão seriam os crimes de guerra cometidos por seu Estado durante a ofensiva.

Livni viajou à Bruxelas para um encontro organizado pela União Européia (UE) na tentativa de consolidar o cessar-fogo firmado entre Israel e o Hamas.

Visando a provocar seu rival político, o Irã convocou ontem o embaixador da República Tcheca em Teerã, Jan Kouril, para protestar pela "indiferença e o silêncio" UE ante as "violações dos direitos humanos" perpetradas por Israel. O país muçulmano afirmou ainda que os grupos de resistência em Gaza têm o direito de ter armas para combater os "colonialistas".

Em resposta, o ministro israelense de Defesa Ehud Barak avisou que seu Exército poderá lançar mais ataques contra os túneis que unem Gaza com o Egito, utilizados para o contrabando de armas.

Cisjordânia

Agentes israelenses capturaram ontem um dos principais chefes da Jihad Islâmica na Cisjordânia, Salim Amim Kalim, informaram fontes da Polícia palestina em Ramala. Kalim, chefe da Jihad na área de Jenin (norte da Cisjordânia), foi capturado por agentes de segurança israelenses encobertos na cidade de Kabatiye.

JB online

Cantor pop judeu para celebrar cessar-fogo: A retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza, após 22 dias de conflito, mereceria uma celebração, não é mesmo? Que tal, como trilha sonora do cessar-fogo, música pop judaica da melhor qualidade? Pronto. É só embarcar no desfile que a Reserva vai levar à SPFW, nesta quinta.

Jornal Nacional (21/01/2009)

Israel conclui retirada de soldados da Faixa de Gaza: Dentro do território, palestinos passsaram a quarta-feira (21) limpando túneis clandestinos na fronteira com o Egito. Chefe do Hamas afirmou que é hora de Israel negociar diretamente com o grupo.

FSP (22/01/2009)

Mundo

FSP online

Publicações sobre Fundamentalismos

Conferencia Magistral: Cátedra UNESCO de Educación para la Paz: Entre el terror y la esperanza: Religión, guerra y paz
STAM, Juan. El lenguaje religioso de George W. Bush: análisis semântico y teológico.
WALLIS, Jim. Una religión peligrosa: La teología imperial de Bush

IHU (22/01/2009)

Obama: uma revolução com relação ao Islã. Entrevista com Gilles Kepel

“A verdadeira revolução de Obama está nas primeiríssimas palavras pronunciadas para descrever a nação americana. Quando ele disse “somos uma nação de cristãos e muçulmanos” e acrescentou apenas depois “de judeus, hindus e não-crentes”, subverteu uma hierarquia estabelecida há tempos. Unindo os muçulmanos aos cristãos, ele relegou à terceira ordem a religião judaica, e todos sabem que essa é a fé de Israel, até agora definido como o mais estreito aliado da América”.

Gilles Kepel, orientalista e politólogo, autor de alguns dos livros mais lidos sobre o Islã e o mundo árabe (o último, "Oltre il terrore e il martirio" [Além do terror e do martírio, em tradução livre], está no prelo pela editora Feltrinelli) [em português, é autor de "Jihad", Bibliex Cooperativa, 2004], segue o discurso inaugural do presidente norte-americano Barack Obama na sala lotada pelos seus estudantes da faculdade de Estudos Políticos em Paris. “Essa frase suscitou na França os mesmos aplausos que se escutavam ao vivo de Washington”.

A reportagem é de Alix Van Buren, publicada no jornal La Repubblica, 21-01-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Concretamente, professor Kepel, o que essas palavras subentendem?

Anunciam qual será a prioridade, o desafio mais importante da administração Obama em matéria de política externa: reaproximar-se ao mundo muçulmano, restabelecer o diálogo fundado “sobre o interesse e respeito recíprocos”, como ele disse. Nunca um presidente se expressou nos termos escolhidos por um homem que se apresenta como metade branco e metade negro, cristão, mas com uma herança muçulmana que se reflete no seu sobrenome, e enfim um político que é acolhido pela platéia internacional como o primeiro chefe do Estado global.

E a América de Obama, segundo o senhor, poderá recuperar o papel de guia que tinha se evaporado nos últimos anos?

O novo presidente mandou um sinal claro: abre-se agora uma nova fase, em que os Estados Unidos retomam o timão, mas no diálogo com os outros, em um mundo multipolar, segurando a mão dos aliados. Declina, em suma, o “Projeto do Novo Século Americano”, admirado pelos neoconservadores nos oito anos da administração Bush.

Professor, o senhor crê que o mundo muçulmano captou esse sinal?

Sem dúvida. Já nestas horas as palavras de Obama são analisadas com cuidado. De fato, aos olhos dos islamistas, a combinação Estados Unidos-Israel constituía um legado dos Cruzados. A relação com o Islã foi duramente atingida, primeiramente, pelos atentados do 11 de setembro, realizados por islâmicos radicais, e, segundo, pela obra de Bush, pela invasão do Iraque, por Guantánamo. A nova mensagem é que Israel e a sua segurança permanecem centrais, mas o mundo muçulmano adquire uma importância toda particular.

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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